O Brasil está posicionado para se tornar um dos maiores produtores mundiais de combustível sustentável para aviação (SAF), segundo Erasmo Battistella, CEO da Be8, empresa de biodiesel sediada em Passo Fundo (RS). Durante o Agro Summit Bradesco, realizado nesta quarta-feira (11) em São Paulo, o executivo destacou que o país possui as condições ideais para liderar esse mercado emergente, comparando o potencial brasileiro ao da Arábia Saudita no setor de petróleo.
Battistella afirmou que a crescente produção de biocombustíveis no Brasil, impulsionada pelo setor agropecuário e favorecida por políticas públicas, como o projeto de lei “Combustível do Futuro”, criará um ambiente propício para investimentos e inovações no setor. “Esse programa será um marco histórico para os biocombustíveis no Brasil, abrindo portas para a produção de diesel verde, SAF e biometano, além de fortalecer a captura de carbono”, afirmou.
O projeto de lei, aprovado recentemente na Câmara dos Deputados, estabelece que, entre 2027 e 2028, as companhias aéreas terão que utilizar ao menos 1% de SAF em suas operações, com a meta aumentando gradualmente até 10% em 2037. Essa regulação, segundo Battistella, trará segurança para os investidores e impulsionará a competitividade brasileira no cenário global.
Ricardo Mussa, CEO da Raízen, uma das principais empresas do setor bioenergético no Brasil, corroborou a visão de Battistella. Ele destacou que o Brasil, com sua vasta experiência na produção de etanol e outras fontes renováveis, tem uma vantagem competitiva em relação a outros países. “Nenhum outro país possui um programa de biocombustível tão robusto sem subsídios governamentais. Somos e continuaremos sendo grandes exportadores”, disse.
Mussa também frisou que, embora a aviação represente cerca de 3% das emissões globais de carbono, o setor será um dos primeiros a avançar no processo de descarbonização, principalmente com o uso do SAF. Ele destacou que a eletrificação da aviação ainda está distante e, portanto, o biocombustível é a solução mais viável a curto prazo.
Apesar do otimismo, Battistella fez uma ressalva: “Ainda precisamos de incentivos mais fortes e de tecnologia, além de uma certificação que considere as peculiaridades regionais das matérias-primas”, concluiu.
Com o cenário promissor e o apoio de iniciativas governamentais, o Brasil se prepara para desempenhar um papel crucial na transição global para combustíveis sustentáveis no setor de aviação, consolidando sua liderança no mercado de biocombustíveis.
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