A criação de um mercado regulado de carbono no Brasil avançou após aprovação pela Câmara dos Deputados. A proposta, que aguardou mais de três anos de intensos debates legislativos, visa posicionar o país como um líder global na mitigação das mudanças climáticas. Agora, o projeto de lei segue para a assinatura presidencial, último passo para se tornar oficialmente uma lei.
A iniciativa estabelece o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) , um modelo cap-and-trade que regula as emissões de grandes empresas e promove práticas sustentáveis.
O que o Novo Mercado de Carbono Significa para o Brasil?
Impacto nas Empresas e na Economia
Empresas que emitiram mais de 25.000 análises de CO₂ equivalente (tCO₂e) por ano serão participantes do mercado, comprando ou negociando permissões de emissão. Já empresas com emissões entre 10.000 e 25.000 tCO₂e/ano têm apenas a obrigação de reportar suas emissões.
Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de 5.000 empresas estarão sujeitas ao sistema , cobrindo aproximadamente 15% das emissões totais do país . A expectativa é que essa regulamentação acelere a transição para tecnologias mais limpas e estimule o desenvolvimento de projetos de descarbonização.
Meta Climática do Brasil
O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que a nova legislação é crucial para o cumprimento da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil, que estabelece a meta de redução de 67% das emissões até 2035 , com base nos níveis de 2005.
Essa meta é ambiciosa, mas alinha o Brasil aos compromissos do Acordo de Paris, reforçando a importância da legislação para o desenvolvimento sustentável.
Estrutura do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões
O mercado será implementado em cinco fases ao longo de seis anos , garantindo um período de transição e adaptação para empresas e setores envolvidos:
- Definição de Regras – Estabelecimento dos marcos regulatórios (até dois anos).
- Medição de Emissões – Empresas começam a quantificar suas emissões.
- Relatórios e Planos – Companhias deverão apresentar planos para monitorar e reduzir emissões.
- Início da Negociação – Implementação do mercado de carbono com alocação inicial de créditos.
- Operação Completa – O mercado estará plenamente funcional.
Exclusões e Isenções
- O setor agrícola foi excluído do mercado regulamentado , mantendo-se isento de metas de redução de emissões.
- Empresas de tratamento de resíduos, como aterros sanitários e operadores de esgoto, podem ser isentadas se utilizarem tecnologias que neutralizem emissões.
- O mercado voluntário também está contemplado, com regulamentações que incentivam projetos de descarbonização nos setores florestal e agrícola.
Potencial Econômico e Sustentável
Estudos do think tank ICC Brasil projetam que o mercado de carbono pode gerar até US$ 100 bilhões em receitas até 2030 , posicionando o país como um dos maiores players globais neste setor.
Além de impactar positivamente o meio ambiente, o novo mercado oferece oportunidades de investimento em investimentos, investimentos em inovação tecnológica e criação de novos empregos na economia verde.
Perspectivas para o Futuro
Com um dos maiores potenciais de biodiversidade e áreas florestais do mundo, o Brasil tem a chance de liderar a transformação global rumo à sustentabilidade. No entanto, o sucesso do mercado de carbono dependerá da clareza nas regulamentações e do comprometimento dos setores público e privado.
A entrada em vigor desta legislação marca um passo essencial na jornada do Brasil para se consolidar como referência em políticas climáticas e inovação sustentável.
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