Mudanças drásticas na indústria visam redução de custos e reestruturação da produção.
A Audi, participante da Volkswagen, anunciou um plano que resultará na eliminação de 4.500 funcionários, representando 15% de sua força de trabalho, como parte de uma ampla estratégia para reduzir custos operacionais e reestruturar suas operações. A decisão afeta principalmente postos de trabalho indiretos, enquanto os empregos nas linhas de produção permanecem, em sua maioria, protegidos.
De acordo com o veículo alemão Manager Magazin , com informações complementares da Reuters , 2.000 dessas cortes serão direcionadas ao desenvolvimento e funções administrativas, enquanto os demais ocorrerão em áreas distintas da operação global da Audi.
A decisão ocorre em um momento devido a desafios para a indústria automobilística europeia, com várias montadoras enfrentando dificuldades na transição para veículos elétricos (VEs), baixa demanda e altos custos de energia. No mês passado, a Volkswagen anunciou o fechamento de três fábricas na Alemanha pela primeira vez em seus 87 anos de história, além de planos de cortar ofertas de milhares de empregos.
Fábrica em Bruxelas será fechada em 2025
Entre as principais medidas, está o encerramento da fábrica da Audi em Bruxelas, previsto para 28 de fevereiro de 2025. A instalação produz atualmente o Audi Q8 E-Tron, um SUV elétrico de luxo com preço inicial de €80.000. Com vendas abaixo do esperado, o modelo será descontinuado, afetando diretamente 3.000 trabalhadores na Bélgica.
Em comunicado, a Audi afirmou estar em diálogo com representantes sindicais, mas não apresentou uma confirmação oficial sobre o número de demissões. Enquanto isso, os números de vendas recentes indicam uma redução significativa nas entregas globais, com queda de 21% no mercado norte-americano no terceiro trimestre de 2024. Apesar disso, alguns modelos, como o e-tron GT EV e o SUV Q3, registraram-se ligeiros aumentos nas vendas.
A situação na Audi reflete uma tendência mais ampla no setor automotivo europeu. A Nissan, por exemplo, está cortando 9.000 empregos e diminuindo sua participação na Mitsubishi, enquanto a Stellantis eliminou recentemente 1.100 posições em sua planta de Toledo, nos Estados Unidos.
Na Alemanha, maior mercado automotivo da Europa, um estudo estima que 186.000 empregos poderão desaparecer na próxima década devido à transição para veículos elétricos e à automação. Desde o início da crise, 46 mil postos de trabalho já foram eliminados no setor.
Os especialistas destacam que, apesar do impacto social e económico, a transição para VEs apresenta potencial para a criação de novas oportunidades de emprego, desde que a Europa competitiva no mercado global. No entanto, os altos custos de energia, que chegam a ser quatro vezes maiores do que em países como China e Estados Unidos, continuam sendo um obstáculo
A situação ressalta os desafios enfrentados pela Europa em sua busca por liderar a revolução elétrica no setor automotivo, enquanto tenta equilibrar a competitividade econômica e a sustentabilidade.
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