Brasil fortalece liderança no mercado de petróleo com exportações recordes

O Brasil tem se destacado cada vez mais como um importante player no mercado global de petróleo, onde o crescimento expressivo das exportações tem desempenhado um papel crucial para equilibrar a balança comercial do país, mesmo diante do declínio de superávits em outros setores. Em 2024, o petróleo e seus derivados responderam por 37,5% do superávit comercial brasileiro, totalizando US$ 54,1 bilhões, uma escalada considerável em comparação aos anos anteriores, conforme dados do indicador de comércio exterior do FGV Ibre.

Desde 2017, essa tendência de aumento das exportações de petróleo vem se consolidando e, segundo Lia Valls, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, é esperado que continue no futuro próximo. A redução nas colheitas de soja, por sua vez, tem diminuído as exportações agrícolas, intensificando o impacto do setor petrolífero na economia nacional.

Em 2024, observou-se um aumento de 21,1% no volume de petróleo bruto exportado em relação ao ano anterior, representando 78,6% da receita total de exportação do setor, que atingiu US$ 40,2 bilhões até agosto. Bruno Cordeiro, analista da StoneX, aponta que a capacidade de refino do Brasil, embora não tenha acompanhado o ritmo de crescimento da produção, tem sido um fator determinante para o superávit de exportação.

Especialistas, como Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, veem no Brasil um crescimento como protagonista no cenário energético global. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta que a produção de petróleo do Brasil possa alcançar 5 milhões de barris por dia até 2029, o que reforça as expectativas de expansão contínua.

No entanto, o futuro do setor é marcado pela iminência de uma transição energética, com analistas prevendo um pico de demanda por petróleo até o final desta década. Posteriormente, é esperado que os combustíveis alternativos comecem a substituir gradualmente os derivados de petróleo, trazendo novos desafios e oportunidades para o Brasil no mercado global de energia.