China envia fuzileiros navais ao Brasil para exercício militar conjunto

Em um passo inédito no Hemisfério Ocidental, o Corpo de Fuzileiros Navais do Exército de Libertação Popular da China (PLA) viajará ao Brasil para participar do Exercício Formosa 2024. O evento militar, que ocorre anualmente e é organizado pelo Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, foi confirmado pelo Ministério da Defesa chinês, destacando a crescente cooperação entre as nações.

Os exercícios envolverão operações conjuntas de desembarque e combate antidesembarque, com o objetivo de aprimorar a capacidade de resposta conjunta a ameaças de segurança. Segundo o comunicado oficial do Ministério da Defesa da China, a participação chinesa visa “aprofundar a amizade e a cooperação entre os militares e melhorar a capacidade de enfrentar desafios globais.”

Embora o ministério não tenha especificado as datas exatas do exercício, o anúncio marca uma nova fase nas relações militares entre China e Brasil, que têm mostrado sinais de fortalecimento nos últimos anos. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva já havia sinalizado, em julho, o interesse do Brasil em aderir à Iniciativa Cinturão e Rota, o projeto de infraestrutura global da China.

Além disso, o ministro da Defesa chinês, Dong Jun, reuniu-se recentemente com o comandante do Exército brasileiro, general Tomás Ribeiro Paiva, em Pequim. Durante o encontro, foi destacada a importância de fortalecer os intercâmbios e as cooperações entre os dois exércitos, com o objetivo de elevar a relação militar a um novo patamar.

O Exercício Formosa já contou com a participação de países como Estados Unidos, Alemanha, França e África do Sul em edições anteriores. No entanto, a participação da China é um marco importante na relação sino-brasileira, que vem se consolidando com novos acordos econômicos e diplomáticos.

Essa movimentação militar, embora significativa, ocorre em um contexto de atenção global voltada para o crescente protagonismo da China, especialmente em regiões como o Mar da China Meridional, onde o país tem concentrado grande parte de seus exercícios militares nos últimos anos, em meio a disputas territoriais com nações vizinhas.

A cooperação entre Brasil e China em questões militares reflete a intenção de ambos os países de expandirem suas esferas de influência e fortalecerem suas capacidades estratégicas no cenário internacional.