Energia

Crescimento da inteligência artificial impulsiona busca por novas fontes de energia

A crescente demanda por energia para sustentar avanços em inteligência artificial (IA) está pressionando as fontes de energia globais e pode limitar o crescimento tecnológico se soluções alternativas não forem adotadas. A Agência Internacional de Energia prevê que a necessidade de eletricidade para alimentar data centers, IA e criptomoedas pode dobrar até 2026, em comparação com 2022.

Grandes corporações como a Microsoft, que abre um novo data center globalmente a cada três dias, e líderes do setor como Elon Musk e Andy Jassy da Amazon alertam que o fornecimento de energia atual pode ser insuficiente para acompanhar o ritmo acelerado de desenvolvimento da IA. A necessidade de processamento tem dobrado aproximadamente a cada cinco ou seis meses desde 2010, exacerbando a demanda por eletricidade robusta e confiável.

Diante dessa crescente necessidade, muitos data centers, comprometidos com a neutralidade em emissões de dióxido de carbono, exploram alternativas que vão além das energias renováveis convencionais, que muitas vezes não conseguem atender à demanda constante e volumosa exigida. O mercado de gás natural vê essa demanda como uma oportunidade, embora as preocupações com as emissões de carbono impulsionem o interesse por fontes mais limpas e estáveis, como a energia nuclear.

A tecnologia de Reatores Modulares de Pequeno Porte (SMRs) e microrreatores surge como uma solução promissora devido à capacidade de produção rápida, custos mais baixos e ausência de emissões de CO2. No entanto, a comercialização dos primeiros modelos SMR está prevista apenas para o final desta década. Enquanto isso, grandes players do setor, como a AWS da Amazon, já começam a investir em energia nuclear existente, como demonstrado pela recente compra de um campus de data centers conectado à usina nuclear de Susquehanna na Pensilvânia por US$ 650 milhões.

Especialistas acreditam que a demanda por energia dos data centers poderia catalisar o desenvolvimento e adoção dos SMRs, dada a disponibilidade de capital significativo por parte de grandes empresas tecnológicas para investir em tais projetos inovadores.

Com a necessidade de equilibrar crescimento tecnológico e sustentabilidade energética, o futuro energético da inteligência artificial pode depender significativamente da inovação em fontes de energia alternativas.

Thailane Oliveira

Thailane Oliveira é engenheira ambiental e especialista em energia renovável, com mais de 12 anos de atuação no mercado. Com uma sólida formação acadêmica na Universidade de São Paulo (USP), Thailane tem se dedicado a estudar e promover o uso de fontes de energia sustentável, como solar e eólica.

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