Uma análise mais recente da Agência Internacional de Energia (AIE) aponta para uma desaceleração significativa na demanda global por petróleo, impulsionada principalmente pelo crescimento das vendas de veículos elétricos e investimentos em novas tecnologias de transporte. O relatório sugere que a demanda por combustíveis fósseis está em processo de estabilização, com a possibilidade de atingir seu pico antes do final desta década.
A AIE relatou que a demanda global pelo petróleo aumentou em 800 mil bairros por dia no primeiro semestre de 2024, marcando o crescimento mais lento desde a pandemia. Um dos principais fatores dessa desaceleração foi a queda na demanda da China, que apresentou uma redução no consumo de petróleo pelo quarto mês consecutivo em julho, com uma queda de 280 mil barris por dia.
O aumento nas vendas de veículos elétricos e o desenvolvimento da rede ferroviária de alta velocidade na China foram apontados como fatores que estão limitando a demanda por combustíveis rodoviários e viagens aéreas. Além disso, o relatório destacou que, fora da China, o crescimento da demanda por petróleo também tem sido tímido, registrando uma média anual de 900 mil barris por dia em 2024, em comparação com 2,1 milhões de barris no ano anterior.
A desaceleração da demanda reflete diretamente nos preços do petróleo, que caiu significativamente nos últimos meses. O barril de Brent, por exemplo, atingiu sua menor cotação em três anos, ficando abaixo de US$ 70 em setembro, mesmo com a redução na oferta de grandes produtores como a Líbia e a manutenção dos estoques globais de petróleo.
O diretor da AIE, Fatih Birol, ressaltou que a crescente demanda por tecnologias limpas, especialmente na China, está impactando de maneira segura os mercados de petróleo. Ele fez com que, nos últimos anos, a China fosse responsável por cerca de 60% do crescimento global da demanda por petróleo, mas que agora, com a economia do país em desaceleração e a forte expansão dos veículos elétricos, a situação mudou drasticamente.
Além dos impactos diretos sobre o petróleo, a queda na demanda por gás natural liquefeito (GNL) também foi mencionada. O Relatório do Instituto de Economia e Análise Financeira de Energia (IEEFA) revelou uma queda de 20% nas importações do GNL na Europa, em comparação ao primeiro semestre de 2023. Essa desaceleração na demanda reflete os esforços do continente em reduzir a dependência de combustíveis fósseis , sobretudo em resposta ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
Com o cenário global em constante transformação, especialistas alertam que a demanda por petróleo e gás poderá continuar conduzindo, trazendo mudanças estruturais para o setor de energia nos próximos anos.
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