Nos últimos anos, o setor de estaleiros no Brasil tem mostrado uma recuperação especial. Com o aumento de 24% nos empregos em estaleiros até setembro de 2024, totalizando 32.425 trabalhadores, esse é o terceiro ano consecutivo de crescimento no setor. O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) indica que fatores como os pedidos de construção naval feitos pela Petrobras e sua subsidiária Transpetro, somados ao estímulo ao agronegócio e incentivos de financiamento, estão impulsionando essa expansão.
Após enfrentar um declínio acentuado devido à queda dos preços do petróleo e à investigação da Operação Lava Jato em 2015, a indústria naval brasileira busca retomar seu auge. Em 2014, o setor empregava 82.472 pessoas, e, embora o número atual ainda esteja distante desse pico, a tendência de crescimento já é visível. A retomada da indústria se dá em um cenário de mudanças estruturais, com novos projetos e regras mais rígidas de conteúdo local, regulares pelo governo e respeitadas pela Petrobras.
A Petrobras desempenha um papel central nessa recuperação, com seu atual plano de negócios focado na instalação de novas plataformas de produção flutuante (FPSOs) até 2028. A lista de unidades inclui as plataformas Almirante Tamandaré e Alexandre de Gusmão, além dos FPSOs P-78 , P-79, P-80 e outras. A expectativa é que essas unidades contribuam não apenas para o aumento da produção de petróleo, mas também para a geração de empregos e a revitalização de estaleiros nacionais.
A Transpetro também contribui para o setor com uma licitação internacional em andamento para a contratação de quatro navios-tanque da classe Handy. Esses navios integram o programa TP 25, que visa renovar e expandir a frota da empresa, com investimentos entre US$ 2,0 bilhões e US$ 2,5 bilhões.
Outro ponto de destaque no crescimento dos estaleiros é o impacto positivo do agronegócio. Com o aumento da demanda por embarcações fluviais, os estaleiros brasileiros estão fabricando rebocadores, barcaças e empurradores para atender às necessidades logísticas do setor agrícola. O Fundo de Marinha Mercante (FMM) também tem apoiado financeiramente essas produções, promovendo o crescimento do transporte fluvial e fortalecendo a economia local.
O Sinaval e outras entidades do setor pressionaram para que a Petrobras priorize a indústria nacional ao contratar novos projetos, como forma de cumprir as exigências de conteúdo locais pelo governo. A Petrobras já demonstrou intenção de seguir essas diretrizes, o que representa um grande incentivo para os estaleiros brasileiros e promove um desenvolvimento mais autossustentável. Nas administrações anteriores, os contratos eram direcionados aos estaleiros asiáticos, o que limitava o crescimento do setor naval nacional. A mudança de postura da Petrobras em relação a esses contratos é vista como essencial para a manutenção de empregos e o fortalecimento da indústria nacional.
Com um plano ambicioso de expansão, a Petrobras já iniciou processos de licitação para vários embarques de apoio e unidades de produção. Entre os projetos previstos estão o FPSO P-86 e a revitalização das unidades de Marlim Sul/Leste e Barracuda/Caratinga. Além disso, há planos para licitações futuras de unidades de produção nos campos de Albacora e SEAP, com vendas previstas até 2028.
Esses investimentos abrem novas perspectivas para a geração de empregos, aumento da produção nacional e fortalecimento da infraestrutura de construção naval. Com o apoio governamental e o cumprimento da critério de conteúdo local, espera-se que o setor de estaleiros no Brasil continue a crescer, consolidando sua posição estratégica no mercado global.
O crescimento dos empregos nos estaleiros brasileiros é um reflexo da combinação entre políticas de incentivo, a demanda do agronegócio e dos investimentos robustos da Petrobras e Transpetro. O compromisso com o conteúdo local, a construção de embarcações de apoio e a revitalização de unidades produtivas indicam que o Brasil está focado em reconstruir sua indústria naval, fortalecendo-a em uma trajetória ascendente. As perspectivas para os próximos anos são positivas, e a indústria naval brasileira pode se consolidar como uma peça fundamental no desenvolvimento econômico do país.
Com mais de 20.000 vagas em aberto, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta…
A Geradora é uma das principais empresas do Brasil no setor de soluções de energia,…
A indústria petrolífera da Guiana está testemunhando uma expansão significativa com a entrada planejada de…
Tecnologias inovadoras estão transformando as rodovias em estruturas futuristas, combinando sustentabilidade, segurança e inteligência artificial…
A Transição Energética da PetroChina e o Fechamento da Refinaria de Dalian Um movimento estratégico…
A China, líder mundial na produção de energia solar, decidiu endurecer as regras para investimentos…
Este site faz uso de cookies.
Leia mais