Empresas de petróleo no México buscam maior colaboração em meio a reformas judiciais controversas

As empresas de petróleo e gás no México estão enfrentando um cenário de incertezas à medida que o país implementa reformas polêmicas no judiciário, propostas do presidente Andrés Manuel López Obrador. A reforma, assinada em 15 de setembro e com implementação prevista para 16 de setembro, gerou uma série de protestos e críticas, especialmente em relação à sua capacidade de comprometer a independência judicial e os avanços democráticos do México.

Especialistas e representantes do setor de energia alertam que as mudanças podem ter impactos diretos na relação com os Estados Unidos, principal parceiro comercial do país. Durante fóruns organizados para discutir as implicações da reforma, foi ressaltado que a alteração no sistema judiciário concentra o poder no executivo, levantando preocupações sobre a preservação do estado de direito.

Além disso, uma reforma ocorre em um momento crucial para o setor de petróleo e gás mexicano, que busca desenvolver suas vastas reservas inexploradas. Durante uma convenção nacional de energia realizada em 12 de setembro, líderes do setor reforçaram a necessidade de cooperação entre o governo e empresas privadas para explorar locais de difícil acesso, como águas profundas.

Craig Kelly, da ExxonMobil, destacou que a estabilidade governamental, observada em países como Guiana e Brasil, foi crucial para atrair investimentos importantes nesses mercados. O México, no entanto, ainda precisa avançar nesse aspecto para competir no cenário global de petróleo e gás.

Outro ponto discutido foi a dependência do México em relação ao gás natural importado. Com o aumento projetado da demanda até 2050, o país precisará ampliar suas capacidades de produção doméstica ou enfrentar maior dependência de fontes externas, especialmente dos Estados Unidos.

Com a reforma do judiciário avançando e o esforço no setor energético crescendo, o futuro do México no mercado global de petróleo e gás permanece incerto, e as empresas clamam por maior diálogo e cooperação para superar os desafios que se avizinham.