Em uma iniciativa pioneira no campo da energia solar, o Professor Ricardo Rüther, líder do Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), marcou uma era ao instalar o primeiro sistema fotovoltaico do Brasil no campus da universidade há 26 anos. Esse sistema, ainda operacional, representa um marco significativo na história da energia solar no país.
Imagem: UFSC
Após seu pós-doutorado no renomado Instituto Fraunhofer de Sistemas de Energia Solar na Alemanha, Rüther trouxe um gerador solar de 2 kW para o Brasil. Esta iniciativa foi possível graças a uma bolsa de pesquisa do instituto, permitindo aos estudantes levar equipamentos fotovoltaicos para seus países de origem.
O sistema, composto por um inversor de 2 kW e 78 módulos fotovoltaicos, cada um com uma potência de 32 kW, foi uma inovação sem precedentes no Brasil em 1997. A instalação, uma tarefa complexa, foi realizada por Rüther e seus colegas da UFSC, dada a falta de empresas especializadas na época.
Um momento crucial ocorreu quando a UFSC obteve a primeira autorização para conectar um gerador fotovoltaico à rede pública de energia elétrica no Brasil, um feito notável considerando as restrições regulatórias da época.
Desde então, a UFSC tem sido um centro de inovação e conscientização sobre energia solar. Em colaboração com o Greenpeace, a universidade tem promovido iniciativas sustentáveis, incluindo a instalação de um sistema off-grid e um sistema de armazenamento de baterias em uma ilha satélite de Florianópolis, aumentando o alcance e a viabilidade da energia solar.
Um dos eventos mais notáveis foi um concerto movido a energia solar em 1998, demonstrando o potencial prático e a eficácia da energia solar. Este evento simbolizou não apenas um marco tecnológico, mas também um passo significativo na aceitação pública e no apoio à energia renovável.
Hoje, 26 anos após sua instalação, o sistema fotovoltaico da UFSC continua a operar com cerca de 80% de sua potência nominal, testemunhando o sucesso duradouro desta tecnologia inovadora e sustentável.
Suzana Melo
