Energia

Fuella avança em projetos de amônia verde no Brasil com mega investimento no Porto do Pecém

O Brasil deu um passo importante na produção de energia sustentável com o novo projeto de amônia verde da empresa norueguesa Fuella, que será realizado no Porto do Pecém, no Ceará. O empreendimento, fruto de um acordo celebrado em 28 de outubro de 2024, visa a instalação de uma planta com capacidade para produzir 400.000 toneladas de amônia verde anualmente, destinadas à exportação.

O investimento total estimado é de R$ 9 bilhões (aproximadamente US$ 1,5 bilhão), com potencial para criar mais de mil empregos diretos e indiretos na região. Este projeto consolida o Ceará como um dos principais centros de hidrogênio verde no Brasil, aproveitando a abundância de fontes renováveis ​​de energia, como a eólica e a solar, e a infraestrutura já estabelecida para exportação.

Por que o Ceará é Ideal para a Produção de Amônia Verde?

A escolha do Ceará como sede para o projeto de amônia verde não é por acaso. O estado apresenta condições ideais para a produção sustentável devido à combinação de recursos naturais renováveis ​​e à proximidade com mercados estrangeiros, facilitando o transporte marítimo de produtos derivados de hidrogênio.

Segundo Thorsten Helms, diretor de desenvolvimento de negócios da Fuella, o Porto do Pecém oferece uma infraestrutura robusta, destacando-se como um dos melhores locais do mundo para a produção de hidrogênio verde. A presença do Porto de Roterdã como parceiro de infraestrutura é outro fator decisivo, oferecendo sinergias e terminais de exportação essenciais para a operação em larga escala da Fuella.

Os Impactos Econômicos e Sustentáveis ​​do Projeto

A parceria Fuella-Pecém é uma aposta na sustentabilidade e na economia de baixo carbono, alinhando-se às metas globais de descarbonização. A produção de amônia verde, derivada do hidrogênio obtido por eletrólise da água, elimina o uso de combustíveis fósseis e reduz significativamente as emissões de CO₂, contribuindo para um futuro mais sustentável.

Além dos benefícios ambientais, o projeto impulsiona a economia local com a geração de empregos e investimentos. Com a expectativa de criar mais de mil postos de trabalho, a instalação de um impacto direto na região do Pecém, fortalecendo a indústria de hidrogênio verde no Brasil.

Expansão da Fuella: Primeiro Projeto de Amônia Verde no Brasil

Este segundo projeto da Fuella no Brasil ocorre meses após o anúncio de uma parceria com o Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a empresa assinou um memorando de entendimento com a Prumo Logística, responsável pelo desenvolvimento do Porto do Açu, para a instalação de uma usina de hidrogênio verde com capacidade de até 520 MW.

Esse primeiro projeto prevê a produção anual de 400.000 toneladas de amônia verde, destinada ao mercado externo ou uso interno, com uma decisão final de investimento esperada nos próximos anos e previsão de operação até 2030.

O Papel do Hidrogênio Verde no Futuro da Energia Sustentável

A amônia verde e o hidrogênio verde surgem como alternativas essenciais para uma economia de baixo carbono. A crescente procura por combustíveis limpos, especialmente na Europa e na Ásia, abre portas para o Brasil se tornar um dos principais exportadores globais desses produtos.

Com iniciativas como as da Fuella, o Brasil não só avança na direção da sustentabilidade, mas também reforça sua posição geoestratégica. A amônia verde, além de ser um combustível de zero emissões, apresenta alto potencial de armazenamento e transporte, facilitando o comércio global.

Oportunidades e Desafios para o Brasil

O projeto da Fuella no Porto do Pecém representa um marco na trajetória de transição energética do Brasil. Com um investimento de R$ 9 bilhões, o país consolida sua liderança na produção de energia sustentável e reafirma o compromisso com as metas ambientais globais.

Se o hidrogênio verde e a amônia verde continuarem a moldar o futuro da energia, o Brasil está bem posicionado para desempenhar um papel central nessa revolução. A parceria entre Fuella e Pecém ilustra uma transformação que vai além dos benefícios ambientais, com impacto direto na economia e na criação de empregos sustentáveis.

Nathália Santos

Nathália Santos é jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização em indústrias brasileiras, economia e mercado. Atualmente, atua como redatora no site Click Petróleo, produzindo conteúdos precisos e relevantes sobre o setor de energia renovável. Além de sua formação, Nathália possui graduação em Energia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) ela escreve conteúdo sobre Energia solar, eolica e cibernética. Antes de integrar a equipe da Click Petróleo, acumulou experiência significativa no Canal Energia, consolidando seu conhecimento no segmento energético.

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