O plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de equilibrar o orçamento federal, utilizando acordos para resolver disputas tributárias com grandes empresas, enfrenta resistência. Diversas corporações brasileiras estão submetidas a condições mais projetadas para quitar seus impostos atrasados, o que tem gerado impasses nas negociações conduzidas pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com o Secretário Executivo Dario Durigan, cerca de dez grandes empresas de setores como infraestrutura e bancos estão em discussões com o governo sobre dívidas fiscais que somam aproximadamente R$ 700 bilhões. Se um acordo para o progresso, o governo espera arrecadar R$ 130 bilhões, ajudando a atingir a meta de zerar o déficit primário em 2025. No entanto, para muitas dessas empresas, as ofertas do governo ainda são consideradas insuficientes, o que tem dificultado as negociações.
Os bancos, que registraram lucros registrados recentemente, demonstram otimismo com a possibilidade de fechar acordos, pois consideram que a resolução das pendências fiscais reduziria incertezas futuras em seus balanços financeiros. No entanto, representantes de outros setores argumentam que os valores propostos são elevados e que o governo precisa oferecer condições mais vantajosas, incluindo maiores descontos nas dívidas.
Outro ponto de discórdia é a forma de pagamento ordinária pelo governo, que tem pressão para que as dívidas sejam quitadas em uma única parcela. As empresas alegam que, com a alta das taxas de juros, essa condição se torna inviável e opte por esperar pela resolução dos casos nos tribunais.
Durigan, no entanto, defende os acordos como uma saída benéfica tanto para o governo quanto para as empresas, evitando longas batalhas judiciais e recuperação de multas e juros acumulados. Ele acredita que a regularização das dívidas pode ser vantajosa para o setor privado, ao retirar o peso de litígios prolongados.
O sucesso do acordo entre o Ministério da Fazenda e a Petrobras, firmado em junho de 2024, não qual a estatal em pagar R$ 20 bilhões ao governo, é relatado como um modelo. No entanto, outras corporações argumentam que a situação da Petrobras é única, uma vez que a empresa possui uma posição de caixa robusta e é parcialmente controlada pelo governo, facilitando a aprovação do acordo pelo conselho da companhia.
Com as negociações ainda em andamento, o governo continua buscando um equilíbrio entre o colapso fiscal para as empresas e a necessidade de arrecadar recursos para sustentar os programas sociais e equilibrar o orçamento público.
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