As importações de petróleo bruto da China continuam a mostrar fraqueza, com outubro marcando o sexto mês seguido de declínio em relação aos mesmos períodos de 2023. Dados divulgados nesta quinta-feira pela Administração Geral de Alfândegas da China, citados pela Reuters, revelaram que o país importou um total de 10,53 milhões de barris por dia (bpd) no mês passado. Esse volume representa uma queda de 9% em comparação com outubro do ano anterior e de 2% em relação aos 11,07 milhões de bpd registrados em setembro de 2024.
A diminuição das importações pode ser atribuída à capacidade reduzida de refinarias e à fraca demanda das refinarias independentes, conhecidas como “teapots”. Uma das maiores refinarias da PetroChina, localizada em Dalian, já cortou cerca de metade de sua capacidade de processamento de 210.000 bpd, com planos de fechamento total em 2025. Além disso, as refinarias privadas na província de Shandong estão enfrentando margens de lucro estreitas, o que levou à redução das taxas de processamento nos últimos meses.
Entre janeiro e outubro deste ano, as importações de petróleo da China tiveram uma média de 10,76 milhões de bpd, refletindo uma queda de 3,4% em comparação ao mesmo período de 2023, conforme os dados da alfândega chinesa. Essa desaceleração na demanda está impactando os preços globais de petróleo e forçando a OPEP e a Agência Internacional de Energia (AIE) a revisar suas previsões de crescimento da demanda global para 2024.
A preocupação com a fragilidade da demanda chinesa tem pressionado os preços do petróleo desde o segundo semestre de 2024. Analistas apontam que o consumo de petróleo pela China tem se mostrado mais fraco do que o esperado, com os dados concretos de consumo não correspondendo às expectativas anteriores. O aumento significativo nas vendas de veículos elétricos é um dos fatores que contribuem para essa tendência de queda na demanda.
Fatih Birol, diretor executivo da AIE, comentou em entrevista à Bloomberg que o desempenho da demanda global por petróleo neste ano tem sido “muito mais fraco” em comparação aos anos anteriores, destacando a China como um elemento central dessa mudança. “Esperamos que isso continue por causa de uma palavra China”, afirmou Birol.
A combinação de um consumo abaixo do esperado e a transição acelerada para tecnologias mais sustentáveis pode manter a pressão sobre o mercado de petróleo em um futuro próximo.
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