Os mercados petrolíferos aguardam com grande expectativa a reunião da OPEP+ marcada para o próximo domingo, dia 26 de novembro. O encontro é visto como um momento decisivo, particularmente em relação às políticas da Arábia Saudita no que concerne aos seus cortes voluntários na produção de petróleo, atualmente fixados em um milhão de barris por dia.
Jorge Leon, vice-presidente sênior da Rystad Energy, destacou em um recente informe à Rigzone a importância crucial das decisões sauditas. Leon ressaltou que as escolhas da Arábia Saudita em relação aos cortes de produção influenciarão diretamente os preços do petróleo no curto prazo.
O dilema enfrentado pelo reino se centra em equilibrar o desejo de sustentar preços altos, restringindo a oferta, e a inevitável redução de sua participação no mercado global. Recentemente, os preços do petróleo têm enfrentado pressões baixistas, caindo abaixo de 80 dólares por barril, um indicativo potencial das decisões que podem emergir na reunião da OPEP+.
Na 36ª Reunião Ministerial da OPEP e não-OPEP, um dos temas centrais será a confirmação das cotas de produção para o próximo ano. Leon apontou que a Arábia Saudita inicialmente anunciou cortes voluntários de um milhão de barris por dia em julho, durante a reunião de junho do grupo, com extensões subsequentes até o final deste ano.
Os cinco cenários projetados pela Rystad Energy sobre a política de produção saudita sugerem uma variedade de impactos nos preços do petróleo. Caso os cortes não sejam prolongados até 2024, espera-se um preço médio de 82 dólares por barril. Em contrapartida, um cenário onde os cortes são gradualmente revogados até agosto de 2024 poderia elevar o preço médio para 96 dólares por barril.
Em um relatório separado, Bjarne Schieldrop, analista-chefe de commodities do Skandinaviska Enskilda Banken AB (SEB), enfatizou a necessidade da OPEP+ de apresentar uma estratégia clara para 2024. Ele apontou que, se a Arábia Saudita assumir a liderança na regulação da produção, manterá a produção em cerca de nove milhões de barris por dia, com potencial redução para 8,5 milhões no início de 2024. Schieldrop também destacou o papel crucial que outros membros da OPEP, como Iraque, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, poderiam desempenhar nesse processo.
O mercado petrolífero permanece em estado de alerta, aguardando uma mensagem firme da Arábia Saudita, Rússia e OPEP+ em dezembro. Além disso, a posição dos Estados Unidos, especialmente em relação às sanções ao Irã, poderá também influenciar significativamente o mercado de petróleo.