Navio de carga da Primeira Guerra Mundial é encontrado durante pesquisa em parque eólico

Em uma descoberta surpreendente, pesquisadores que trabalham em um projeto de parque eólico offshore no nordeste da Escócia encontraram os destroços de um navio da Primeira Guerra Mundial, que estava desaparecido há 107 anos. A pesquisa fez parte do levantamento geotécnico para o parque eólico Marram Wind, projeto desenvolvido em parceria entre a ScottishPower e a Shell, e que terá capacidade de geração proposta de 3GW. Durante os estudos, realizados a 50 milhas da costa escocesa, a equipe localizou o naufrágio em ótimas condições de preservação.

O navio foi identificado como o Tobol , uma embarcação mercante de bandeira russa, afundada em 11 de setembro de 1917 após ser torpedeada por um submarino alemão. Originalmente construído em 1901 em Sunderland, no famoso distrito naval de Newcastle upon Tyne, o navio tinha um design único, conhecido como “convés de torre”, o que forneceu na sua identificação. O Tobol foi batizado inicialmente de Cheltenham e possuía 3.700 toneladas, com um comprimento de 100 metros.

Colin Anderson, Gerente de Desenvolvimento da MarramWind, destaca a magnitude do achado: “Esperamos encontrar naufrágios durante pesquisas como esta, mas geralmente são embarcações menores e já conhecidas. Esta é uma descoberta extraordinária, especialmente após uma pesquisa que percorreu cerca de 6.000 milhas do fundo do mar.”

A história do navio é marcada por mudanças e conflitos, incluindo sua captura pela Marinha Russa em 1904, quando foi renomeado como Tobol . Em 1916, passou para a Frota Voluntária Russa e estava navegando pelo porto de Blyth, na Inglaterra, em direção a Arkhangelsk, na Rússia, quando foi afundado.

Segundo Toby Gane, líder do patrimônio cultural marinho do WSP, essa descoberta ilustra a complexidade das alianças internacionais e do comércio no início do século XX, ressaltando como a interconexão de interesses nacionais da época ainda ecoa nos dias atuais.

Para proteger os destroços, foi estabelecida uma zona de exclusão ao redor do naufrágio. As autoridades competentes, incluindo o UK Hydrographic Office e o Historic Environment Scotland, foram notificadas. Atualmente, discute-se a criação de uma zona de exclusão arqueológica de longo prazo para garantir a preservação do SS Tobol .