Em um movimento estratégico para fortalecer o controle sobre seus ativos energéticos, o governo norueguês anunciou, nesta terça-feira (12), a aquisição da maior parte da rede de exportação de gás natural do país, anteriormente gerida por empresas privadas. A operação envolve um investimento de US$ 1,64 bilhão (cerca de 18,1 bilhões de coroas norueguesas), segundo comunicado oficial do Ministério da Energia.
A Noruega, maior produtora de petróleo e gás natural da Europa Ocidental, havia traçado planos em 2023 para assumir a propriedade integral da infraestrutura de exportação de gás, considerada um ativo estratégico de interesse nacional. Desde o ano passado, o governo iniciou negociações com empresas privadas detentoras de participações nas três joint ventures que operam o sistema: Gassled, Nyhamna e Polarled.
A meta é consolidar a propriedade estatal antes que muitas das concessões vigentes expirem, em 2028. Essa estratégia, segundo o Ministério, reflete o compromisso do governo em assegurar tarifas reduzidas, capacidade adequada e alta eficiência operacional na infraestrutura de gás.
O governo norueguês concluiu acordos de compra com sete grandes empresas, incluindo Equinor, Shell, CapeOmega, Hav Energy, Silex Gas Norway, Orlen e ConocoPhillips. Essas empresas detinham participações significativas nas joint ventures Gassled, Nyhamna e Polarled.
No entanto, as negociações não avançaram com dois proprietários: North Sea Gas Infrastructure AS e M Vest Energy AS, que mantêm interesses em Nyhamna e Polarled, respectivamente. O governo declarou que pretende assumir esses ativos quando as concessões expirarem ou, se possível, por meio de futuros acordos.
A aquisição ocorre em um momento crítico para o mercado de gás natural europeu. Após a queda das exportações russas em decorrência da guerra na Ucrânia, a Noruega consolidou sua posição como principal fornecedora de gás para o continente. O controle total sobre a rede de exportação reforça não apenas a segurança energética norueguesa, mas também a estabilidade no abastecimento de gás à Europa.
“Garantir tarifas baixas, capacidade adequada e alta regularidade na infraestrutura de gás facilita o bom gerenciamento de recursos e a maximização do valor criado a partir dos recursos de petróleo na plataforma continental norueguesa”, destacou o Ministério da Energia em comunicado.
O governo norueguês continuará empenhado em obter controle total sobre a Nyhamna JV e a Polarled JV, seja por meio de novas negociações ou quando os períodos de licença das atuais concessões chegarem ao fim. A movimentação demonstra a prioridade estratégica que a Noruega dá ao gerenciamento de seus recursos energéticos em meio às mudanças globais no setor.
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