A recente decisão dos oito membros da Opep+ de adiar por dois meses o retorno gradual de 2,2 milhões de barris por dia ao mercado gerou questionamentos sobre a eficácia da medida. Observadores do setor petrolífero debatem se a ação foi forte o suficiente para lidar com a desaceleração da demanda, especialmente considerando o papel da China no cenário econômico.
Ainda assim, representantes da Opep+ entrevistados pela agência Argus defendem a decisão, afirmando que, diante das incertezas econômicas, foi a medida mais prudente. Eles destacam que a demanda por petróleo está sendo influenciada por percepções e ansiedade, em vez de fatos concretos. “O mercado está reagindo à incerteza, e não a dados definitivos”, afirmou um delegado.
O cenário incerto é reforçado pelas divergentes previsões de demanda global de petróleo para 2024. Enquanto a Opep projeta um crescimento de 2,03 milhões de barris diários, a Agência Internacional de Energia (AIE) estima um aumento bem mais modesto, de apenas 900 mil barris por dia. Essa discrepância se deve, principalmente, às diferentes expectativas sobre a demanda chinesa, que a Opep acredita ser de 650 mil barris diários, enquanto a AIE prevê apenas 180 mil.
A decisão de postergar a volta dos barris ao mercado também visa manter a coesão entre os membros do grupo. Fontes indicam que o adiamento foi essencial para que todos os membros concordassem com a extensão dos cortes de produção até o final de 2024. Contudo, há crescente impaciência entre alguns produtores, ansiosos por aumentar sua produção.
Além disso, países como Iraque, Cazaquistão e Rússia enfrentam desafios para cumprir os compromissos assumidos com a Opep+. Enquanto isso, o Irã, livre de restrições de produção, segue aumentando sua capacidade, mesmo sob sanções dos Estados Unidos.
Com a previsão de que o mercado de petróleo entre em superávit no início de 2025 e a demanda global continue a apresentar sinais de fraqueza, muitos analistas acreditam que novos adiamentos podem ocorrer. Luckock prevê que os preços não sofrerão grandes aumentos no curto prazo, e alguns delegados da Opep+ já consideram essa possibilidade.
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