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Preço do petróleo em queda livre: quem sai ganhando e quem perde?

Em um cenário que pode trazer alívio ao consumidor global, o Banco Mundial divulgou um relatório prevendo que os preços do petróleo devem cair significativamente nos próximos anos. Segundo os cálculos da instituição, o preço da commodity deve atingir o menor nível desde 2021, com o petróleo tipo Brent caindo de uma média de US$ 80 em 2024 para US$ 73 em 2025 e US$ 72 em 2026.

O Que Está Por Trás Dessa Previsão?

Três fatores principais explicam essa tendência de queda, segundo o Banco Mundial:

  1. Desaceleração do Consumo de Petróleo
    • O principal fator é a desaceleração do crescimento econômico da China, que tem impactado diretamente a demanda global por petróleo. A redução no ritmo de crescimento do gigante asiático implica em menor consumo, pressionando ainda mais os preços para baixo.
  2. Capacidade Ociosa da OPEP
    • A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que regula boa parte da produção mundial, está operando com capacidade ociosa. Isso ocorre após cortes significativos na produção, deixando um excesso de oferta que só tende a crescer.
  3. Aumento da Produção em Países Não OPEP
    • Países como Brasil, Canadá, Guiana e Estados Unidos têm aumentado sua produção de forma expressiva. A Petrobras, por exemplo, anunciou recentemente um marco histórico: o campo de Tupi, na Bacia de Santos, atingiu uma produção acumulada de 3 bilhões de barris de petróleo. Esse aumento contribui para a oferta global e exerce pressão sobre os preços.

Brasil: Um Protagonista em Ascensão

O Brasil já ocupa uma posição de destaque no cenário global, sendo o nono maior produtor de petróleo. O país está atrás apenas do Irã, e as previsões apontam que, até 2027 ou 2028, o Brasil poderá se tornar o quinto maior produtor mundial. Esse crescimento na produção reflete o investimento e a exploração de campos importantes, como os do pré-sal, que têm impulsionado a indústria nacional.

Impacto na Economia Global e nos Preços das Commodities

A superprodução de petróleo tem reflexos que vão além do setor energético. O Banco Mundial prevê que a queda nos preços do petróleo também poderá reduzir os custos das commodities em geral, incluindo uma redução de 4% nos preços dos alimentos. Essa diminuição pode contribuir para o controle da inflação em muitos países, beneficiando consumidores em várias partes do mundo.

Porém, em economias em desenvolvimento, como o Brasil, o impacto pode não ser tão expressivo. Isso se deve a fatores como a volatilidade do câmbio, que pode limitar a queda dos preços dos combustíveis.

Gasolina Mais Barata? Depende

O economista-chefe do Banco Mundial destacou que, se a previsão de preços mais baixos para 2025 se concretizar, é possível que o Brasil veja uma redução no preço da gasolina. No entanto, especialistas alertam que outros fatores, como a taxa de câmbio, terão um papel crucial.

“Se o câmbio brasileiro permanecer elevado, a queda nos preços internacionais do petróleo pode não se refletir diretamente no preço da gasolina no Brasil”, alerta um ex-assessor da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O câmbio tem sido uma variável imprevisível nos últimos anos. Caso continue alto ou suba, o consumidor brasileiro pode não sentir tanto alívio na bomba de combustível.

O relatório do Banco Mundial traz uma perspectiva de alívio para a economia global, mas com ressalvas importantes para países emergentes. O cenário para 2025 é de incertezas, com o câmbio brasileiro desempenhando um papel decisivo no preço final da gasolina. Enquanto isso, o Brasil segue sua trajetória de crescimento na produção de petróleo, consolidando-se como um player cada vez mais relevante no setor.

Para saber mais sobre o impacto da produção de petróleo no Brasil e outras atualizações econômicas, continue acompanhando nossas análises.

André Carvalho

André Carvalho é o fundador do O PETRÓLEO e um jornalista renomado com mais de 20 anos de experiência no setor de petróleo, gás, energia e offshore. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), André construiu sua carreira cobrindo as principais mudanças e desafios das indústrias energéticas, tanto no Brasil quanto no exterior.

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