A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecida como OPEP+, anunciou o adiamento de um aumento planejado de produção, uma estratégia voltada a dar suporte aos preços do petróleo em um cenário de valores pressionados. Com essa decisão, os preços do petróleo mostraram rápida valorização, com o Brent sendo negociado a US$ 74,37 e o West Texas Intermediate a US$ 70,75 no momento da divulgação.
O plano original do grupo previa a adição de aproximadamente 180.000 barris diários a partir de dezembro,r condicionado a um cenário de preços mais favorável. No entanto, com o valor do petróleo ainda abaixo das expectativas, a OPEP+ optou por postergar esse movimento, deixando claro seu compromisso com a estabilização do mercado e, especialmente, com a manutenção de preços mais altos.
Segundo Warren Patterson e Ewa Manthey, analistas do ING, a decisão de postergar o aumento de produção, ainda que não surpreendente, gera novos questionamentos sobre a postura da OPEP+. “O adiamento até janeiro mostra que o grupo pode estar mais determinado a sustentar os preços do que se imaginava”, afirmaram em nota após o anúncio.
A situação reflete, em parte, a insatisfação da Arábia Saudita com a perda de participação de mercado, algo que tem sido discutido internamente entre os principais produtores do cartel. Muitos analistas do setor acreditavam que os sauditas e a OPEP estariam dispostos a aceitar um nível maior de oferta, mesmo que significasse preços mais baixos, para tentar recuperar parte do mercado perdido. No entanto, o recente movimento da OPEP+ sugere o contrário.
Ainda assim, o efeito da decisão sobre o mercado a longo prazo continua incerto. O ING e outros especialistas alertam que, caso os cortes de produção não sejam mantidos ao longo de 2025, há o risco de um excedente de oferta. Isso pode gerar um novo ciclo de quedas nos preços, colocando em dúvida a sustentabilidade da atual política da OPEP+.
De acordo com o analista Yeap Jun Rong, da IG, embora o adiamento da expansão de produção tenha impulsionado os preços no curto prazo, é improvável que o pico se mantenha. Ele observa que a resistência do petróleo está projetada para a faixa de US$ 78 por barril, um valor que pode limitar a tendência de alta.
A decisão da OPEP+ será monitorada de perto pelo mercado, especialmente em um momento em que as dinâmicas de oferta e demanda globais enfrentam uma série de desafios. Além dos tradicionais fatores econômicos, o cenário geopolítico e as iniciativas de transição energética pressionam o setor. A postura dos grandes produtores será fundamental para determinar o equilíbrio de preços no próximo ano.
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