Os preços do petróleo recuaram nesta segunda-feira, 11 de novembro de 2024, após o recente pacote de estímulo da China decepcionar investidores que aguardavam um impulso mais significativo na demanda do segundo maior consumidor de energia do mundo. O movimento reflete a desconfiança do mercado em relação à eficácia das novas medidas econômicas adotadas por Pequim.
O petróleo Brent, referência global, registrou queda de 0,2%, atingindo US$ 73,73 por barril às 10h37 (horário local), comparado ao fechamento anterior de US$ 73,88. O West Texas Intermediate (WTI), referência dos Estados Unidos, caiu 0,27%, para US$ 70,06 por barril, abaixo dos US$ 70,25 da sessão anterior.
Na sexta-feira, o Comitê Permanente do Congresso Nacional Popular da China anunciou um pacote de dívida que visa aliviar a pressão financeira sobre os governos locais e sustentar o crescimento econômico. O Ministro das Finanças, Lan Foan, declarou que o aumento do teto da dívida será implementado ao longo de três anos, somando 2 trilhões de yuans (cerca de US$ 279,2 bilhões) por ano.
Contudo, os analistas apontam que essas medidas ficaram aquém do esperado, particularmente devido à incerteza econômica global e à possibilidade de tarifas significativas sob a administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Daniel Hynes, estrategista de commodities do Australia and New Zealand Banking Group, comentou em nota por e-mail: “Os investidores continuam preocupados com os impactos das tarifas prometidas por Trump sobre o crescimento da China, o que pode afetar a demanda por petróleo”.
Há também uma crescente apreensão sobre uma possível intensificação das sanções contra o Irã pela próxima administração dos EUA. Essa perspectiva contribui para um aumento na volatilidade do mercado de energia, com investidores elevando suas apostas em um possível desequilíbrio no fornecimento global. “A expectativa de novas sanções americanas pode afetar as exportações de petróleo iranianas, ampliando as tensões no Oriente Médio”, acrescentou Hynes.
Outro fator que influenciou a queda nos preços foi a redução das ameaças de interrupção do fornecimento devido ao furacão Rafael, que passou pelo Golfo do México sem causar danos significativos às instalações de produção dos EUA. A diminuição da preocupação com interrupções imediatas reforçou a pressão sobre os preços.
Em resumo, o mercado de petróleo continua a refletir a tensão entre as expectativas de retomada da demanda e os fatores geopolíticos que podem restringir o fornecimento. A combinação de um estímulo menos expressivo por parte de Pequim e o alívio temporário no Golfo do México contribuiu para o declínio nos preços nesta segunda-feira.
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