Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira com o alívio nos temores sobre o impacto do furacão Rafael nas operações de petróleo e gás no Golfo do México, enquanto os investidores acompanhavam de perto novos estímulos econômicos na China.
Os contratos futuros do petróleo Brent recuaram US$ 1,04, ou 1,38%, para US$ 74,59 por barril às 12h43 GMT. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caiu US$ 1,22, ou 1,69%, para US$ 71,14 por barril. Ambos os índices de referência inverteram os ganhos obtidos na quinta-feira, quando subiram quase 1%, mas permanecem em vias de encerrar a semana com um aumento acumulado de 2%, refletindo as expectativas em torno das políticas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e seus potenciais efeitos na oferta e demanda de petróleo.
O furacão Rafael, que havia interrompido a produção de 391.214 barris diários nos EUA, deve enfraquecer nos próximos dias, afastando-se das áreas de produção do Golfo, conforme informado pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA.
Dados recentes mostraram uma pressão descendente adicional nos preços devido à queda de 9% nas importações de petróleo bruto pela China em outubro, marcando o sexto mês consecutivo de declínio anual. “O enfraquecimento das importações de petróleo na China está ligado à menor demanda em função do desenvolvimento econômico mais lento e do rápido avanço da mobilidade elétrica”, disse Carsten Fritsch, analista do Commerzbank.
Em uma tentativa de conter as dificuldades econômicas, o governo chinês anunciou um novo pacote de apoio fiscal na sexta-feira, que busca aliviar a pressão da dívida nos governos locais. A economia chinesa vem enfrentando desafios como baixa demanda interna, crise no setor imobiliário e tensões financeiras que limitam os investimentos.
“Até o momento, as medidas de estímulo não incluíram incentivos diretos para a demanda doméstica, o que frustrou as expectativas do mercado”, disse Giovanni Staunovo, analista do UBS.
A alta nos preços do petróleo observada na quinta-feira foi impulsionada pelas expectativas de que Trump imponha sanções mais rigorosas ao Irã e à Venezuela, o que poderia limitar a oferta global de petróleo. John Evans, analista da PVM, afirmou: “No curto prazo, os preços podem subir se o novo presidente aplicar rapidamente as sanções planejadas”.
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve dos EUA, comentou na quinta-feira que as políticas de Trump incluindo tarifas, cortes de impostos e possíveis deportações não devem ter impactos imediatos na economia, mas que o Fed monitorará os efeitos em metas de inflação e emprego.
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