O governo dos Estados Unidos decidiu adiar a imposição de novas sanções ao setor petrolífero da Venezuela, permitindo que a Chevron continue suas operações no país, mesmo diante da crescente repressão política por parte do governo de Nicolás Maduro. Essa decisão ocorre após a recente perseguição ao líder da oposição, Edmundo Gonzalez, que deixou o país após um mandado de prisão emitido pelas autoridades venezuelanas.
Washington havia sinalizado apoio às alegações da oposição venezuelana, que afirmam que Gonzalez foi o verdadeiro vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho. No entanto, o governo de Maduro reivindicou a vitória, gerando acusações de fraude eleitoral e repressão aos seus adversários políticos.
Hoje, o governo dos EUA anunciou sanções contra 16 autoridades venezuelanas, incluindo membros do sistema eleitoral e juízes responsáveis por emitir ordens de prisão contra líderes oposicionistas. “Maduro e seus aliados ignoraram a vontade popular, usando a repressão para se manter no poder”, declarou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
No entanto, não houve qualquer ação relacionada ao setor petrolífero, que muitos legisladores norte-americanos haviam solicitado. Congressistas de ambos os partidos pressionaram para que a Chevron, que opera uma joint venture com a PdV na Venezuela, tivesse sua licença revogada. A produção de petróleo da Chevron no país chegou a 200.000 barris por dia (b/d) em julho deste ano.
Segundo um representante do governo dos EUA, a administração Biden está focada em aplicar as sanções já existentes e avaliar o melhor momento para calibrar novas medidas contra a Venezuela, levando em consideração os interesses estratégicos dos Estados Unidos.
Atualmente, grande parte do setor petrolífero venezuelano já é alvo de sanções norte-americanas, forçando a PdV a utilizar intermediários e uma frota paralela de petroleiros para vender petróleo a compradores chineses. No entanto, a Chevron e outras empresas internacionais ainda possuem isenções que permitem a exportação de petróleo bruto sob acordos de “petróleo por dívida”.
A decisão de permitir a continuidade das operações da Chevron tem sido alvo de críticas, principalmente de republicanos no Congresso, que acusam a administração Biden de prejudicar a indústria petrolífera doméstica ao mesmo tempo que depende de importações de regimes autoritários. De janeiro a junho deste ano, as importações de petróleo venezuelano pelos EUA tiveram uma média de 194.000 b/d, segundo dados da Administração de Informação de Energia dos EUA.
Democratas também pressionam por sanções mais duras. O senador Dick Durbin apresentou um projeto de lei que exige o fim de qualquer investimento ou comércio relacionado ao petróleo com a Venezuela, argumentando que o regime de Maduro se sustenta graças às receitas desse setor.
Apesar das pressões políticas, o governo dos EUA parece estar focado em manter sanções individualizadas e evitar medidas que possam afetar diretamente o mercado de petróleo. Autoridades americanas acreditam que ainda há espaço para negociações que possibilitem uma transição pacífica de poder na Venezuela antes do fim do mandato de Maduro, previsto para janeiro.
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