O fornecimento de petróleo bruto iraniano barato para a China, que compõe cerca de 13% das importações do maior comprador mundial de petróleo, pode sofrer uma interrupção significativa caso Donald Trump intensifique as sanções contra o Irã em seu retorno à presidência dos EUA em janeiro. Trump, projetado como vencedor da eleição de terça-feira pela Edison Research, planeja retomar sua política de “pressão máxima” com sanções mais duras à indústria petrolífera iraniana, visando conter o programa nuclear do país, de acordo com fontes iranianas e ocidentais.
Tal ação poderá elevar os custos de importação da China e intensificar os desafios enfrentados pelo setor de refino do país, que já sofre com a baixa demanda por combustível e margens de lucro reduzidas. As refinarias independentes, conhecidas como “teapots”, seriam especialmente afetadas.
Impactos no setor de refino
Uma vitória de Trump pode levar os Estados Unidos a aplicarem sanções contra o Irã, restringindo as exportações de petróleo iraniano e elevando os preços do petróleo. Durante seu primeiro mandato, Trump restabeleceu sanções em 2018, levando à redução das exportações de petróleo iraniano para países como Índia, Japão e Coreia do Sul.
No entanto, as refinarias chinesas passaram a importar petróleo iraniano com desconto, substituindo as grandes petrolíferas estatais que temiam as represálias dos EUA. Esse movimento gerou uma economia de bilhões de dólares e consolidou a China como o principal destino do petróleo iraniano.
Sanções recentes e ameaças ao abastecimento
Recentemente, os EUA ampliaram as sanções, mirando embarcações conhecidas como “frota escura”, que carregam o petróleo iraniano. Isso tem impactado o fluxo de carga da Malásia para a China, conforme indicou um executivo de uma refinaria independente, que preferiu não ser identificado. “A preocupação maior é com o transporte, especialmente em operações de transferência entre navios”, explicou.
Embora as importações da China do Irã tenham aumentado cerca de 30% entre janeiro e outubro deste ano, segundo dados da Vortexa Analytics, analistas alertam para possíveis mudanças caso as sanções se intensifiquem e envolvam o setor financeiro.
Soluções e desafios
Pequim defende que seu comércio de petróleo com o Irã está em conformidade com as leis internacionais, utilizando o yuan chinês e intermediários para evitar o dólar e contornar os reguladores dos EUA. Entretanto, medidas adicionais, como sanções bancárias, poderiam afetar significativamente as transações.
No cenário atual, as “teapots” podem ser forçadas a reduzir a produção, agravando as dificuldades em um mercado de combustíveis já saturado e de baixa lucratividade. A prática de reembalar o petróleo iraniano sob outras origens, como Malásia ou Omã, é uma estratégia que poderia ser mais desafiadora sob um regime de sanções mais rigoroso.
Quer saber tudo
o que está acontecendo?
Receba todas as notícias do Clique Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.
Deixe o Seu Comentário