Energia

SEFE da Alemanha e Eletrobras firmam parceria para fornecimento de hidrogênio verde a partir de 2030

A SEFE (Securing Energy for Europe), empresa estatal alemã, anunciou uma parceria estratégica com a brasileira Eletrobras para o desenvolvimento e fornecimento de hidrogênio verde, com a previsão de entregar 200.000 toneladas por ano para a Alemanha a partir de 2030. A iniciativa integra esforços para atender à crescente demanda europeia por energia limpa, alinhada às metas climáticas e de transição energética.

O projeto será desenvolvido em parceria com a EnerTech, empresa kuwaitiana especializada em projetos sustentáveis, e envolve a construção de uma planta de eletrólise no Brasil, conectada à rede elétrica. Essa planta será alimentada majoritariamente por fontes renováveis, como energia hidrelétrica, que representam 97% da matriz energética da Eletrobras, garantindo conformidade com as normas europeias para hidrogênio renovável sob a Diretiva de Energia Renovável revisada da União Europeia.

O hidrogênio verde produzido será convertido em amônia e exportado para a Alemanha, onde a SEFE atuará na distribuição e comercialização para clientes em toda a Europa.

Compromisso com a transição energética

Egbert Laege, CEO da SEFE, destacou a importância do projeto, afirmando que ele reforça a dupla missão da empresa: “Garantir o fornecimento de energia para a Europa e liderar a transição energética global.” Segundo Laege, a colaboração entre as empresas reforça o compromisso com a produção local e sustentável de hidrogênio.

Já Italo Freitas, vice-presidente executivo de comercialização da Eletrobras, ressaltou a liderança do Brasil como produtor de energia limpa: “Nosso histórico de geração 97% limpa é a base para oferecer hidrogênio e amônia que atendem aos padrões mais rigorosos da UE.”

Brasil: potência emergente em hidrogênio verde

Com vasto potencial para produção de hidrogênio de baixo custo, o Brasil se posiciona como um fornecedor estratégico para atender à crescente demanda europeia, especialmente da Alemanha, que poderá depender de importações para suprir até 70% de suas necessidades de hidrogênio em 2030.

Além do projeto com a SEFE, a Eletrobras também explora a produção de hidrogênio verde no Porto do Açu, em colaboração com a Prumo.

Outros projetos em andamento no Brasil incluem iniciativas no estado do Piauí, onde grandes investimentos internacionais estão sendo direcionados para a construção de plantas de hidrogênio verde. A região do Piauí, por exemplo, planeja a construção de uma capacidade total de 22 GW, com custos de produção abaixo de US$ 5/kg e exportações previstas para 2028.

Entre os destaques estão o projeto Solatio, de investidores espanhóis, com capacidade planejada de 11,4 GW, e o Green Energy Park, apoiado por investidores europeus, ambos situados na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí.

Relevância global e perspectiva econômica

O hidrogênio verde é visto como uma solução crucial para descarbonizar indústrias e sistemas de energia no contexto da transição global para fontes renováveis. A colaboração entre a SEFE e a Eletrobras reforça a posição do Brasil como líder no mercado de energias limpas, enquanto a Alemanha dá mais um passo na direção de sua meta de neutralidade climática.

Com investimentos crescentes e metas ousadas, o Brasil caminha para se tornar um dos principais exportadores de hidrogênio verde do mundo, contribuindo para o avanço da transição energética global.

Nathália Santos

Nathália Santos é consultora de carreiras especializada no setor de petróleo, gás e energia. Com mais de 10 anos de experiência, Nathália tem ajudado profissionais a navegar nas complexidades do mercado de trabalho energético.

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