A Turquia deu um passo significativo na direção da definição de sua posição como um centro regional de reexportação de gás ao celebrar um acordo de fornecimento de 10 anos com a TotalEnergies. Este acordo, que marca a quarta parceria de longo prazo do país com empresas não estatais em 2024, prevê a entrega de 1,1 milhão de toneladas métricas anuais de gás natural liquefeito (GNL) a partir de 2027.
De acordo com o Ministro de Energia turco, Alparslan Bayraktar, esse novo volume de gás, somado aos contratos existentes com outras empresas como Omã, ExxonMobil e Shell, resulta em um total de 25 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás disponíveis, superando o consumo anual da Turquia, que é de 50 bcm. “Estamos preparados para atender à demanda dos mercados europeus, especialmente no sudeste da Europa”, afirmou Bayraktar, que participou da assinatura do acordo em Houston, durante a conferência GasTech.
A capacidade crescente de fornecimento da Turquia também oferece maior flexibilidade nas negociações e diminuição da dependência de fornecedores tradicionais, como a Rússia e o Irã, cujos contratos expirarão nos próximos anos. Segundo a especialista em energia, Professora Brenda Shaffer, a Turquia busca reduzir suas importações nesses países e se firmar como um centro de fornecimento de gás em resposta à carência de contratos de longo prazo na Europa.
Para a TotalEnergies, este acordo representa um fortalecimento do relacionamento com a Botas, empresa estatal turca, após um contrato anterior da GNL. Gregory Joffroy, vice-presidente sênior de GNL da TotalEnergies, destacou que o novo acordo permitirá à empresa garantir vendas de longo prazo e mitigar os riscos associados à volatilidade dos preços do gás no mercado.
Além disso, a TotalEnergies tem se empenhado em expandir sua presença em energias renováveis na Turquia, como evidenciado pela aquisição de uma participação na Ronesans Enerji, que possui ativos hidrelétricos e um portfólio promissor de projetos em energias eólica e solar.
A demanda por energia na Turquia cresceu rapidamente, sendo a maior entre os países da OCDE entre 2000 e 2020, o que demonstra uma necessidade crescente de diversificação e segurança no fornecimento de energia.
Com essas iniciativas, a Turquia não apenas se prepara para atender a sua demanda interna, mas também se posiciona como um fornecedor estratégico de gás para a Europa, em um momento em que a segurança energética se tornou uma prioridade para muitos países da região.
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