A Venezuela está avançando para conceder uma licença crucial à Shell e à Companhia Nacional de Gás de Trinidad e Tobago (NGC), visando a exportação de gás natural de um novo campo offshore venezuelano para Trinidad. Esta informação foi revelada pela agência de notícias Reuters, que citou fontes próximas ao processo.
Este movimento surge após o Departamento do Tesouro dos EUA ter outorgado, no início do ano, uma permissão especial a Trinidad e Tobago. Esta licença permite que a nação insular desenvolva um campo de gás situado na costa venezuelana e estabeleça operações comerciais relacionadas com a petrolífera estatal venezuelana PDVSA. Trinidad e Tobago haviam solicitado a licença para o campo de gás Dragon em meados de 2022, sendo recentemente autorizados pela Administração dos EUA.
Em janeiro, durante uma coletiva de imprensa, o Primeiro-Ministro de Trinidad e Tobago, Keith Rowley, declarou que o país espera acessar aproximadamente 350 milhões de pés cúbicos de gás por dia do campo offshore Dragon, conforme reportado pela Reuters. A aprovação desta licença terá um impacto significativo nas capacidades de importação, processamento e exportação petroquímica de gás de Trinidad e Tobago, enquanto a Venezuela se beneficiará financeiramente, recebendo dinheiro ou uma parte da produção de gás como royalties.
De acordo com as fontes da Reuters, a Shell operará o projeto offshore de gás natural, detendo 70% da licença, enquanto a NGC de Trinidad e Tobago ficará com 30% da participação.
A flexibilização das restrições dos EUA à indústria petrolífera venezuelana ocorreu após um acordo entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, visando a realização de eleições no próximo ano. Além disso, o Departamento do Tesouro dos EUA autorizou Trinidad e Tobago a negociar com o governo venezuelano e a PDVSA para obter licenças de exploração e produção para operar o campo Dragon, incluindo a realização de pagamentos relacionados ao projeto, como impostos, royalties, taxas e bônus de locação.
Segundo o Ministério de Energia de Trinidad e Tobago, a autorização também permite que GORTT, NGC e Shell plc realizem pagamentos ao governo da Venezuela em moeda fiduciária, incluindo dólares americanos ou bolívares, fortalecendo assim as relações econômicas entre as nações envolvidas neste projeto de gás natural offshore.
Suzana Melo
