Os recentes cortes no fornecimento de petróleo pela OPEP+ e as tentativas de reversão dessas medidas elevaram a volatilidade dos mercados de energia, dificultando novos investimentos na produção, afirmou Claudio Descalzi, CEO da empresa italiana de energia Eni.
Durante um evento do setor em Abu Dhabi, Descalzi comentou sobre a expectativa de que a volatilidade dos mercados de energia, presente nos últimos anos, persista até 2025. “Assim que a OPEP anunciou que iria liberar alguma produção, os preços caíram imediatamente. Agora, com o adiamento até o fim do ano, houve um grande impacto no mercado… essa situação volátil não é favorável”, explicou Descalzi.
No domingo, oito membros da OPEP+, composta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Rússia e outros aliados, decidiram adiar em um mês o aumento planejado na produção de petróleo para dezembro, citando a demanda enfraquecida na China e o aumento da oferta. Na segunda-feira, os preços do petróleo registraram uma alta superior a 2,8% às 12h16 GMT.
“Todos dizem que precisamos de energia, mas esse cenário de alta volatilidade não está ajudando os investimentos na nova produção de petróleo e gás”, destacou Descalzi.
Murray Auchincloss, CEO da BP, e Wael Sawan, CEO da Shell, também participaram do painel e concordaram que as crescentes tensões no Oriente Médio representam riscos significativos aos mercados de energia. Desde outubro, as tensões entre Israel e Irã alimentam preocupações sobre interrupções no fornecimento na região do Golfo, que é responsável por cerca de 20% da produção e exportação global de petróleo e gás.
Em relação às próximas eleições presidenciais nos EUA, Auchincloss destacou que um dos maiores desafios enfrentados pelo país é a necessidade de reformas regulatórias para facilitar a concessão de licenças para novos projetos de energia, especialmente em iniciativas de energias renováveis e de baixo carbono.
“Independentemente de uma estabilização da demanda nos próximos anos, o mundo precisará de muitos novos investimentos em petróleo e gás para manter o fornecimento”, concluiu Auchincloss.
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