A multinacional norueguesa Scatec, reconhecida globalmente por sua atuação no setor de energia renovável, anunciou planos para diversificar seu portfólio no Brasil. Em entrevista à BNamericas, Aleksander Skaare, gerente nacional da empresa, destacou o interesse em projetos híbridos de energia eólica e solar, bem como no leilão de baterias programado pelo governo para 2025.
A estratégia reflete a experiência global da Scatec, que já opera usinas híbridas com baterias nas Filipinas e na África do Sul, além de ter vencido recentemente um leilão no Egito. “Faz muito sentido trazer esse know-how para o Brasil. Estamos atentos ao leilão e às regulamentações que definirão as condições de conexão e operação”, afirmou Skaare.
Preocupações com restrições e avanço na infraestrutura
A Scatec, assim como outras empresas do setor, enfrenta desafios relacionados às restrições impostas pela geração intermitente, regulada pela Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo Skaare, os níveis de curtailment (redução da produção de energia) cresceram significativamente em algumas regiões brasileiras nos últimos meses.
Apesar disso, houve avanços recentes, como mudanças na metodologia de cálculo do ONS e a inauguração de novas linhas de transmissão, fatores que prometem melhorar a estabilidade e a capacidade energética no país.
Projetos em andamento e metas futuras
Atualmente, a Scatec participa de dois projetos no Brasil, ambos em parceria com grandes players do setor:
- Mendubim (531 MW) no Rio Grande do Norte, em parceria com Equinor, Hydro Rein e Alunorte.
- Apodi (162 MW) no Ceará, também com a Equinor.
Além disso, a empresa se prepara para iniciar a construção de uma usina solar de 142 MW em Minas Gerais, fruto de um acordo de compra de energia (PPA) com a Statkraft. O início das obras está previsto para este trimestre.
No horizonte de longo prazo, a Scatec projeta 1,7 GW em estudos de viabilidade no Brasil até 2027, com uma combinação de projetos eólicos e solares.
Foco em projetos greenfield e parcerias estratégicas
Embora a Scatec tenha considerado adquirir participação em projetos existentes, o foco principal no Brasil será em empreendimentos greenfield (desenvolvidos do zero). Skaare destacou que, embora a empresa possa iniciar projetos sem parcerias, colaborações estratégicas continuam sendo parte essencial do modelo de negócios da Scatec.
“Parcerias como as que temos com Equinor, Hydro Rein, Alunorte e Statkraft são importantes. Buscamos aliados que compartilhem nossa visão de sustentabilidade e tenham expertise e solidez financeira para viabilizar projetos robustos”, afirmou.
Expansão e sustentabilidade no mercado brasileiro
Com a diversificação do portfólio, a Scatec demonstra sua confiança no potencial do mercado brasileiro de energias renováveis. A combinação de expertise internacional e um pipeline estratégico de projetos posiciona a empresa como uma das protagonistas na transição energética do Brasil, alinhada aos objetivos de sustentabilidade e redução de emissões globais.
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