
Marinha do Brasil anunciou um avanço decisivo no programa do submarino nuclear Álvaro Alberto, projeto estratégico que vem sendo desenvolvido há décadas. Pela primeira vez, foi apresentada ao público a estrutura do bloco 40, seção do casco onde será instalado o reator nuclear, considerado o coração da embarcação.
A peça, construída no Centro Industrial Nuclear de Aramar, em Iperó (SP), impressionou autoridades e especialistas pela complexidade técnica e precisão milimétrica, resultado do trabalho conjunto de engenheiros, técnicos e operários altamente qualificados.
O poder da Amazônia Azul
O submarino nuclear surge como parte essencial da estratégia para garantir a proteção da Amazônia Azul — área de 4,5 milhões de km² que concentra riquezas como petróleo do pré-sal, minerais, biodiversidade marinha e rotas comerciais estratégicas. Com mais de 7.400 km de litoral, o Brasil precisa de uma frota moderna e numerosa para patrulhar suas águas e enfrentar eventuais ameaças.
Além das fragatas da classe Tamandaré, que já representam um salto tecnológico, os submarinos são a força furtiva de grande impacto. O Álvaro Alberto terá capacidade de permanecer meses submerso, cobrindo vastas áreas com velocidade e autonomia incomparáveis.
Tecnologia nuclear nacional
O reator do tipo PWR (Pressurized Water Reactor), similar ao utilizado nas usinas de Angra, foi adaptado para uso naval. Toda a cadeia de enriquecimento de urânio, do minério às pastilhas de combustível, é desenvolvida no Brasil com tecnologia própria de ultracentrifugação.
Os testes de funcionamento serão realizados no Laboratório de Geração de Energia Núcleo-Elétrica (Labgene), também em Aramar, que reproduz em terra firme as condições reais de operação do submarino.
Um clube restrito de potências
Atualmente, apenas seis países dominam a construção de submarinos nucleares: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Índia. O Brasil será o primeiro a alcançar essa capacidade sem possuir armas nucleares, cumprindo integralmente o Tratado de Não Proliferação Nuclear e sob inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica.
O Álvaro Alberto consolida um salto tecnológico e militar, colocando o Brasil em novo patamar no cenário global. Sua presença no Atlântico Sul será um elemento de dissuasão estratégica, assegurando soberania sobre recursos naturais e rotas marítimas fundamentais.
Segurança em um mundo multipolar
O cenário internacional aponta para disputas cada vez mais intensas por energia, minerais e água potável. Para especialistas, países ricos em recursos, como o Brasil, precisam investir em defesa para evitar pressões externas.
Nesse contexto, o submarino nuclear Álvaro Alberto representa não apenas orgulho nacional, mas também uma ferramenta prática de proteção e estabilidade, projetando poder e garantindo soberania em tempos de incerteza geopolítica.
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