A China, líder mundial na produção de energia solar, decidiu endurecer as regras para investimentos no setor com o objetivo de controlar o excesso de capacidade que tem causado problemas ao mercado. O Ministério da Indústria anunciou novas diretrizes para projetos de fabricação de energia solar fotovoltaica, que, embora não sejam obrigatórias, mostram a intenção do governo de reorganizar o setor.
A principal mudança envolve o aumento da taxa mínima de capital próprio necessário para projetos solares, que passou de 20% para 30%. Essa taxa refere-se à parcela do investimento que deve ser feita diretamente pelos acionistas, sem depender de financiamentos externos. A medida busca garantir que apenas projetos mais sólidos avancem, reduzindo o número de novas fábricas que possam agravar o excesso de produção.
Nos últimos meses, a produção de painéis solares na China cresceu de forma descontrolada. Isso gerou um excesso de oferta que obrigou muitas empresas a vender seus produtos por preços muito abaixo do mercado, acumulando prejuízos. Grandes fabricantes, como a Longi Green Energy Technology, já sentiram os impactos dessa situação, alertando que sofreriam perdas de cerca de US$ 660 milhões apenas no primeiro semestre de 2024. A empresa, uma das maiores do mundo no setor, atribuiu os prejuízos ao descompasso entre oferta e demanda, que resultou na queda drástica dos preços dos painéis solares.
Além disso, a corrida por participação de mercado levou algumas empresas a reduzir custos sacrificando a qualidade dos produtos e a realização de testes, o que preocupa tanto o governo quanto os consumidores. Pequenos fabricantes são os mais afetados por essa “guerra de preços” e têm enfrentado grandes dificuldades para sobreviver.
Especialistas apontam que o excesso de capacidade no mercado solar chinês pode persistir pelos próximos dois anos. A Associação da Indústria Fotovoltaica da China destacou que o setor precisa de uma consolidação urgente, com menos empresas competindo em um mercado saturado. A entidade acredita que essas mudanças são necessárias para evitar que o setor entre em colapso devido à intensa competição e à falta de equilíbrio entre oferta e demanda.
Com essas novas medidas, a China espera reorganizar seu mercado solar, preservando a saúde financeira das empresas e incentivando a produção de equipamentos de melhor qualidade. Esse esforço reflete a busca do país por um crescimento mais sustentável no setor, essencial para liderar a transição energética global.
Quer saber tudo
o que está acontecendo?
Receba todas as notícias do Clique Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.
Deixe o Seu Comentário