A demanda por produtos petrolíferos na China atingiu seu ponto máximo em 2023 e deve começar a cair gradativamente nos próximos anos, segundo um pesquisador da indústria petrolífera chinesa que falou à agência Reuters sob condição de anonimato. A previsão é de que o consumo de derivados de petróleo, como gasolina e diesel, diminua 1,1% ao ano até 2025. A partir daí, o ritmo de queda se intensificará, atingindo 2,7% ao ano entre 2025 e 2030 e acelerando ainda mais para 3,2% ao ano entre 2030 e 2035.
Essa tendência de declínio está sendo impulsionada pela crescente adoção de veículos elétricos e pelo maior uso de gás natural liquefeito (GNL) em caminhões, conforme apontado por analistas da indústria. A expectativa é que o processo de transição energética da China, em curso, contribua significativamente para reduzir a demanda por combustíveis fósseis no longo prazo.
Russell Hardy, presidente-executivo da Vitol Group, maior negociadora independente de petróleo do mundo, reforçou essa projeção durante uma entrevista à Bloomberg. Hardy destacou que o consumo de gasolina na China pode atingir seu pico já neste ano ou no próximo, como reflexo da lenta, mas constante, substituição da frota de veículos tradicionais por carros elétricos. Segundo ele, essa mudança, embora gradual, já apresenta um impacto significativo no setor energético chinês.
A Vitol, que anteriormente previa o pico da demanda global de petróleo para antes de 2030, agora estima que essa marca será ultrapassada devido ao ritmo mais lento da transição energética em algumas regiões. No entanto, no caso da China, a eletrificação dos transportes e o uso crescente de GNL em frotas de caminhões já estão impactando a demanda por derivados de petróleo, particularmente gasolina e diesel.
A China National Petroleum Corporation (CNPC), por sua vez, prevê que a demanda por produtos petrolíferos no país alcance o pico antes de 2025. Essa análise reflete a expectativa de que o avanço na transição energética e a expansão do mercado de veículos elétricos continuarão a pressionar o consumo de combustíveis fósseis.
Além disso, o desempenho econômico mais fraco da China também contribui para a desaceleração na demanda por petróleo. Durante a recente conferência APPEC em Cingapura, executivos da indústria petrolífera discutiram como esses fatores estão remodelando o cenário energético global, com a China desempenhando um papel central nessa mudança.
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