Os preços do petróleo parecem manter-se sem grandes altas no curto prazo, influenciados pela redução do apetite econômico da China e possíveis pressões na demanda dos Estados Unidos. Por outro lado, mercados emergentes como a Índia podem estabilizar a demanda global. Esta foi a perspectiva apresentada durante a Conferência de Petróleo da Ásia-Pacífico (APPEC), conforme relatado por especialistas do setor.
Conforme discutido por Torbjörn Törnqvist, presidente da Gunvor, não se espera um “boom” iminente nos preços, mas também não se prevê uma crise severa. “Os mercados podem se estagnar, e para o petróleo, isso já é um desafio suficiente,” explicou Törnqvist em um painel intitulado “Boom ou Bust? O Futuro dos Preços do Petróleo“.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu recentemente estender os cortes voluntários de produção até o final de novembro, uma tentativa de manter os preços estáveis frente a um panorama incerto. A Platts, parte da S&P Global Commodity Insights, notou que o Brent Dated atingiu seu menor valor desde junho de 2023, sinalizando uma potencial sobreoferta.
Jeff Currie da Carlyle e Daan Struyven do Goldman Sachs destacaram o papel crucial dos grandes produtores e a importância dos investimentos contínuos no setor. “Não prevejo uma guerra de preços como a ocorrida em 2015. Grandes companhias como ExxonMobil e Petrobras não estão dispostas a entrar nesse jogo novamente,” afirmou Currie.
Além disso, a situação geopolítica tensa, incluindo conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, adiciona mais incertezas ao mercado, segundo Ben Luckock da Trafigura. No entanto, a OPEP parece pronta para implementar aumentos graduais na produção, buscando equilibrar preço e oferta de forma a manter a coesão dentro do grupo.
A desaceleração na demanda da China, exacerbada por problemas no setor imobiliário e avanços na eletrificação dos transportes, sugere um crescimento mais lento nos próximos anos. A previsão é que o crescimento anual da demanda de petróleo na China seja de aproximadamente 380.000 barris por dia em 2024 e 2025, uma desaceleração significativa em comparação com a década anterior.
Apesar das incertezas de curto prazo, Helen Currie, economista-chefe da ConocoPhillips, mantém uma visão otimista para o futuro. “A longo prazo, estamos construtivos. O foco deve ser como a China lidará com a redução na demanda e como a capacidade ociosa da OPEP pode influenciar o mercado,” disse Currie.
A situação atual do mercado de petróleo reflete uma mistura complexa de fatores econômicos, geopolíticos e estratégicos, com a OPEP no centro das decisões que moldarão os preços futuros. Enquanto o curto prazo apresenta desafios, a visão a longo prazo ainda oferece espaço para otimismo moderado.
Quer saber tudo
o que está acontecendo?
Receba todas as notícias do Clique Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.
Deixe o Seu Comentário