A Marinha do Brasil acaba de dar um importante passo em termos de sustentabilidade energética ao migrar uma unidade na Amazônia para o mercado livre de energia. O Centro de Treinamento Almirante Braz de Aguiar (CIABA), localizado em Belém, no Pará, será a primeira instalação naval na região a operar neste modelo, onde os consumidores têm liberdade para escolher seu fornecedor de energia. A iniciativa integra esforços de redução de custos e aumento do uso de fontes renováveis, alinhando-se ao contexto ambiental em que Belém sediará a COP30, uma das maiores conferências climáticas do mundo, em novembro de 2025.
O que é o Mercado Livre de Energia?
No mercado livre de energia, empresas e instituições com um elevado consumo de eletricidade podem negociar diretamente com fornecedores, buscando tarifas mais competitivas. Desde janeiro de 2024, consumidores de alta tensão (grupo A) no Brasil foram autorizados a aderir a esse mercado, com benefícios como economia e maior previsibilidade nos custos de energia. A expectativa é de que, até 2028, o acesso ao mercado livre seja ampliado gradativamente para estabelecimentos de baixa tensão e, posteriormente, residências.
CIABA: Uma Unidade Naval Sustentável e Pioneira na Amazônia
O contrato para a migração do CIABA ao mercado livre foi conquistado pela Urca Trading, braço comercial do grupo Urca Energia, em um leilão que envolve a gestão da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron). A Emgepron, entidade ligada ao Ministério da Defesa, é responsável por coordenar programas estratégicos de transição energética nas unidades militares da Marinha, com objetivos claros: reduzir os custos com eletricidade, implementar novas tecnologias de eficiência energética e aumentar a participação de fontes renováveis.
O contrato atual, válido até setembro de 2029, prevê o fornecimento de 9.728,93 MWh ao CIABA, com uma projeção de redução de 42% nos custos de energia para a Marinha ao longo dos cinco anos de vigência. Com a mudança, o CIABA passa a utilizar predominantemente energia fotovoltaica e outras fontes renováveis, evitando sua dependência de combustíveis fósseis.
Por que a migração para o Mercado Livre de Energia é Vantajosa?
O diretor comercial da Urca Trading, Roni Wajnberg, destaca que os clientes ainda pagam menos no mercado livre em comparação ao mercado regulado. Para consumidores médios e altamente exigentes, como o CIABA, essa transição representa uma economia significativa, pois o mercado livre oferece contratos personalizados que atendem ao perfil de consumo específico de cada unidade.
Além de reduzir despesas, a migração permite à Marinha do Brasil alinhar suas operações com as práticas de sustentabilidade, promovendo uma imagem moderna e comprometida com a proteção ambiental.
Transição Energética na Marinha: Um Projeto Estratégico
A parceria entre a Urca Energia e a Marinha reforça a importância da Emgepron no apoio a projetos de transição energética e inovação tecnológica em unidades militares brasileiras. Esse programa de energia naval visa não apenas à economia, mas também ao desenvolvimento de uma infraestrutura energética que atende aos desafios ambientais globais.
Para a Urca Energia, um grupo que investe em soluções ambientais e sustentáveis, essa iniciativa representa um passo estratégico na declaração de suas operações de energia renovável no mercado livre brasileiro. Formado por empresas como Gás Verde, EVA Energia e Urca Gás, o grupo atua em diferentes áreas da cadeia de energia, desde a produção até a comercialização, destacando-se como um player relevante em soluções de sustentabilidade.
Próximos Passos para o Mercado Livre de Energia no Brasil
Com uma perspectiva de abertura total do mercado livre para diferentes tipos de consumidores, o governo brasileiro estuda a previsão de incluir unidades de baixa tensão no sistema a partir de 2026 e, eventualmente, residências em 2028. Esse avanço promove democratizar o acesso à energia renovável e contribuir para uma matriz energética mais sustentável em todo o país.
A transição do CIABA para o mercado livre de energia é um marco na modernização das práticas energéticas das Forças Armadas e se alinha com os objetivos de sustentabilidade que o Brasil apresentará na COP30. Ao adotar medidas inovadoras de eficiência energética e reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a Marinha do Brasil reafirma seu compromisso com um futuro mais verde e sustentável.
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