Petronas registra queda nos lucros em meio à volatilidade do petróleo

A Petronas, gigante estatal de petróleo e gás da Malásia, anunciou nesta quinta-feira uma queda expressiva de 19% nos lucros do primeiro semestre de 2024, totalizando US$ 7,48 bilhões. Este declínio, registrado em meio a um cenário de volatilidade constante do mercado e aumento dos impostos, reflete as dificuldades enfrentadas pela empresa devido às condições adversas do setor energético global.

Apesar de um aumento de 2% na receita, atribuído a taxas de câmbio favoráveis, os lucros da Petronas foram impactados negativamente por uma combinação de fatores: os preços mais baixos do gás natural e do GNL, que reduziram os ganhos após impostos, a volatilidade persistente dos preços do petróleo bruto e a desconsolidação de algumas de suas subsidiárias. Segundo o relatório provisório divulgado pela empresa, estes elementos foram determinantes para o resultado financeiro abaixo das expectativas.

Tengku Muhammad Taufik, presidente e CEO da Petronas, destacou que a empresa enfrenta “volatilidade contínua do mercado e uma desaceleração econômica global”. Além disso, apontou que as tensões geopolíticas e as incertezas macroeconômicas prolongadas continuam a ser fatores cruciais que afetam negativamente o mercado global de energia.

Em resposta a esses desafios, a Petronas está acelerando sua estratégia de transição energética, visando garantir uma posição sólida para o crescimento futuro. A empresa reforçou seu compromisso em assegurar a segurança energética e colaborar estreitamente com as partes interessadas, buscando proteger os interesses nacionais e apoiar os esforços de desenvolvimento da Malásia.

Um novo desafio se desenha no horizonte para a Petronas com o estado de Sarawak, maior produtor de gás natural do país, que busca maior autonomia sobre seus ativos de gás natural. A pressão de Sarawak por royalties mais altos, reforçada pelo novo contexto político após as eleições de 2022, pode significar uma reconfiguração importante na relação entre o governo federal da Malásia e a estatal de petróleo.