Os preços do petróleo caíram aproximadamente 2% nesta segunda-feira, refletindo uma reação dos investidores ao recente pacote de estímulo econômico da China, que não atendeu às expectativas de aumento na demanda por combustível no país, segundo maior consumidor global de petróleo. Paralelamente, o fortalecimento do dólar americano adicionou pressão ao mercado, tornando o petróleo mais caro para outros países.
Os futuros do Brent caíram US$ 1,48, ou 2%, situando-se em US$ 73,29 por barril às 13h02 GMT. Enquanto isso, o WTI dos Estados Unidos registrou queda de US$ 1,60, ou 2,3%, com preço de US$ 68,78 por barril. Ambos os índices de referência já haviam acumulado queda superior a 2% na última sexta-feira.
O índice do dólar americano alcançou um dos maiores níveis desde julho, reforçando a moeda frente a outras divisas estrangeiras. Esse cenário tende a tornar commodities como o petróleo, precificadas em dólar, mais caras para investidores internacionais, pressionando assim a demanda.
Desaceleração econômica e temores de deflação na China
Os dados divulgados pela China no sábado mostraram que os preços ao consumidor cresceram no ritmo mais lento dos últimos quatro meses, enquanto os preços ao produtor continuaram em deflação. Esse contexto econômico eleva os temores de um cenário deflacionário no país, levando analistas a questionarem a capacidade das recentes medidas de apoio econômico de impulsionar o consumo de petróleo e as importações chinesas de petróleo bruto.
Achilleas Georgolopoulos, analista da XM, comentou que a economia chinesa permanece em tendência negativa, especialmente com a queda do índice de preços ao produtor. “O mercado está preocupado com a deflação, uma vez que a variação anual deste índice adentrou ainda mais em território negativo”, afirmou o especialista.
Tamas Varga, da corretora de petróleo PVM, acrescentou que as recentes políticas de suporte econômico na China não são vistas como suficientes para reverter a tendência de desaceleração na demanda de petróleo e nas importações.
Tempestade Rafael e questões de produção no Golfo do México
A tempestade Rafael no Golfo do México, que chegou a interromper mais de 25% da produção de petróleo e 16% da produção de gás natural nos EUA no domingo, teve impacto temporário no fornecimento. No entanto, as preocupações sobre possíveis interrupções diminuíram à medida que a tempestade perdeu força.
O analista Tim Evans, da Evans Energy, apontou que a atenção do mercado pode retornar ao impacto de longo prazo das políticas de produção dos EUA e das metas de aumento de produção da OPEP+. “Os produtores americanos talvez reconsiderem uma expansão acelerada do fornecimento, especialmente em um momento em que a OPEP+ já estabeleceu um aumento gradual para 2025”, observou Evans.
Com o fortalecimento do dólar e a incerteza em relação ao crescimento da demanda na China, o cenário para o mercado de petróleo permanece desafiador, e os investidores devem monitorar de perto as políticas econômicas globais e as condições de produção nos próximos meses.
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