O movimento em direção à energia limpa avança, mas de forma desigual, com diferentes ritmos de implantação ao redor do mundo, de acordo com o último relatório da Agência Internacional de Energia (IEA). Publicado em novembro de 2024, o relatório aponta que, enquanto algumas regiões demonstram crescimento sólido em tecnologias como energia solar e veículos elétricos, outras enfrentam barreiras econômicas e políticas que retardam o progresso.
Solar fotovoltaica e veículos elétricos ganham destaque
Segundo a IEA, a energia solar fotovoltaica lidera a implantação global de tecnologias limpas, com um aumento de 36% nas novas adições em comparação com o mesmo período de 2023. Os Estados Unidos, que viram um crescimento de 80% na capacidade instalada de energia solar, destacam-se como um dos maiores mercados para essa tecnologia.
Da mesma forma, o mercado de veículos elétricos (VEs) mostrou expansão significativa. Globalmente, as vendas de VEs aumentaram 25% no primeiro semestre de 2024, impulsionadas por mercados emergentes onde as vendas dobraram em relação ao ano anterior. A China, por exemplo, registrou que quase 45% dos veículos vendidos no primeiro semestre do ano eram elétricos, superando 50% nos últimos meses.
Regiões com desafios: europa enfrenta reduções em bombas de calor e vendas de VEs
Apesar dos avanços, alguns países europeus têm dificuldades na adoção de tecnologias limpas. A Europa, que experimentou um aumento de apenas 3% nas vendas de VEs no primeiro semestre de 2024, tem um crescimento moderado no setor, especialmente na Alemanha, onde as vendas caíram. As bombas de calor também enfrentaram uma redução de 50% nas vendas, principalmente devido a uma menor demanda em países como Alemanha e França.
O contraste entre o desempenho da Europa e o de outras regiões evidencia a complexidade do mercado global de energia limpa, onde políticas locais, incentivos fiscais e infraestrutura desempenham um papel fundamental na taxa de adoção.
Redução de custos: um incentivo à transição energética
Os custos dos equipamentos de energia limpa seguem uma tendência de queda em 2024, com o Índice de Preços de Equipamentos de Energia Limpa da IEA indicando uma redução de 20% nos preços de sistemas solares fotovoltaicos e de quase 10% no armazenamento de baterias em larga escala. Essa queda é impulsionada pelo aumento da capacidade de produção, especialmente na China, e pela demanda mais fraca do que o esperado em alguns mercados.
A queda nos custos tem sido particularmente favorável para consumidores residenciais e comerciais, que agora podem instalar sistemas solares com um menor custo inicial, gerando economia nas contas de energia. Para os governos, essa diminuição nos custos representa uma oportunidade de acelerar a transição para energias renováveis, desde que políticas de apoio, como investimentos em infraestrutura, estejam alinhadas.
Real-Time Electricity Tracker: monitorando emissões em tempo real
Uma das inovações do relatório da IEA em 2024 é o Real-Time Electricity Tracker, que monitora emissões de CO₂ quase em tempo real em países que representam aproximadamente metade da geração global de eletricidade. Esse monitoramento revela uma redução de 1% nas emissões de CO₂ do setor de energia em 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado, destacando o impacto das energias renováveis na mitigação de emissões.
A União Europeia, por exemplo, registrou que fontes renováveis representaram metade da geração de eletricidade de janeiro a outubro de 2024, enquanto a participação de carvão e gás caiu para um recorde de 23%. Esse marco ilustra o potencial das energias renováveis em suprir a crescente demanda por eletricidade, especialmente durante períodos de consumo elevado, como o verão quente registrado na Índia, onde a demanda aumentou 5% em comparação com 2023.
Oportunidades e desafios para o futuro da energia limpa
Apesar dos avanços, o relatório enfatiza a importância de políticas que suportem essa transição. A redução dos preços dos equipamentos representa um ponto de inflexão para muitos mercados, mas é fundamental que os governos estabeleçam incentivos para garantir que esses equipamentos possam ser integrados de maneira eficaz nas redes de energia e que a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos seja suficiente para a demanda projetada.
Enquanto alguns setores, como o de baterias na China, mostram resiliência e crescimento, outros segmentos enfrentam pressão de margens de lucro reduzidas. Isso ressalta a necessidade de políticas bem calibradas para assegurar que o setor de energia limpa se expanda de maneira sustentável e atinja suas metas de redução de carbono.
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