O retorno de Donald Trump ao cargo de presidente dos Estados Unidos pode representar uma postura mais rigorosa em relação às avaliações aplicadas ao petróleo do Irã, com o intuito de reduzir o fornecimento global e enfraquecer a economia iraniana. No entanto, o sucesso dessa abordagem enfrentou um obstáculo: a China, maior compradora de petróleo iraniano, mostra-se resistente em aderir a tais avaliações, disseram analistas.
Em sua campanha, Trump argumentou que a política de análises mais flexível do atual presidente Joe Biden enfraqueceu a influência dos EUA, permitindo que o Irã aumentasse sua receita com exportações de petróleo e fortalecesse suas atividades nucleares e militares. Com isso, a administração de Trump pode adotar uma estratégia de “pressão máxima” para reduzir significativamente as exportações de petróleo iraniano, estimadas em até 1 milhão de barris por dia. Jesse Jones, chefe de upstream da América do Norte da Energy Aspects, afirmou que tal redução poderia ser renovada rapidamente, dado que as avaliações já estão previstas.
Entretanto, uma ação mais agressiva em relação ao Irã também exige lidar com a resistência da China, que não reconhece as avaliações americanas e continua a importar grandes volumes de petróleo iraniano. Richard Nephew, professor da Universidade de Columbia, enfatizou que iniciar a China é uma “questão de um milhão de dólares”, visto que Pequim pode retaliar, fortalecendo alianças com outras economias emergentes, como o bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Uma resposta chinesa pode, inclusive, envolver a redução da dependência do dólar em transações de petróleo, o que enfraqueceria a eficácia das avaliações.
A posição de Trump quanto às avaliações também não é uma questão de desafios internos. Em um discurso recente, ele afirmou que o uso excessivo de avaliações pode prejudicar o dólar, indicando que, apesar de seu potencial uso “poderoso”, é necessária cautela para não comprometer o sistema financeiro americano.
Os especialistas também apontam que a adoção de tarifas amplas sobre importações, incluindo aquelas da China, conforme prometido por Trump, pode ter efeitos mistos sobre o preço do petróleo. Clay Seigle, estrategista de energia, observa que, embora um mercado apertado por petróleo eleve os preços, uma guerra comercial pode reduzir o crescimento econômico e, consequentemente, a demanda por petróleo, exercendo pressão econômica sobre os preços.
Além do cenário iraniano, há votos de que Trump possa aliviar as avaliações à indústria de energia da Rússia, especialmente como parte de um esforço para resolver a guerra na Ucrânia, conforme prometido em sua campanha. Analistas como Ed Hirs, da Universidade de Houston, decidiram que um governo Trump relaxasse as restrições ao petróleo russo, ou que pudesse ampliar a oferta global e influenciar diretamente o mercado.
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