A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deu um passo importante no desenvolvimento das áreas de exploração de petróleo e gás no pré-sal ao aprovar a minuta da licitação e os contratos para o programa de partilha de produção em área aberta. O documento, que abrange a licitação de 14 blocos localizados no polígono do pré-sal, será agora submetido ao Ministério de Minas e Energia para avaliação. Após a aprovação ministerial, o processo será aberto para consulta e audiências públicas.
Entre as áreas em oferta, destacam-se os blocos Ágata, Esmeralda, Jade, Turmalina e Safira, com a Petrobras manifestando especial interesse no bloco Jaspe, conforme informado ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A declaração de interesse da Petrobras confere à empresa o direito de preferência, permitindo que se torne a operadora do ativo, mesmo que sua proposta não seja a mais alta durante o leilão da ANP.
O sistema de área aberta, no qual os blocos exploratórios são oferecidos continuamente, permite que empresas de petróleo e gás registrem interesse em áreas de concessão ou de partilha de produção, em bacias terrestres e marítimas, antes de uma rodada formal de licitação.
Apesar da nova rodada de licitação, especialistas ouvidos pela BNamericas demonstram ceticismo em relação ao potencial das áreas restantes no pré-sal. A baixa participação na última rodada, realizada em dezembro de 2023, quando apenas um dos seis blocos foi arrematado pela BP, e a devolução de um bloco à ANP em julho deste ano, refletem uma percepção de que os melhores ativos do pré-sal já foram leiloados.
Analistas acreditam que os blocos atualmente em oferta apresentam riscos relativamente elevados, com perspectivas de retorno mais incertas.
Em resposta ao cenário desafiador, a ANP propôs uma série de mudanças no edital de licitação e nos contratos. Entre as principais melhorias estão ajustes nas exigências de conteúdo local, novos modelos de seguro-garantia e a flexibilização no cumprimento do programa exploratório mínimo, que agora inclui a possibilidade de atividades sísmicas 3D em vez da perfuração de poços.
A agência também sugere a isenção de taxas de participação e dados amostrais, além de permitir que licitantes apresentem garantias sem uma declaração formal de interesse. Outra proposta inovadora é a inclusão de medidas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, acompanhando as novas práticas industriais.
Essa abordagem visa tornar o processo de licitação mais atraente para investidores, em meio ao atual cenário de incertezas quanto ao futuro do pré-sal.
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